terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Cristiano Ronaldo ganha mais um prémio



  O capitão da seleção nacional, não pára de juntar troféus à sua montra, e desta vez arrecadou o troféu de  Jogador mais Valioso da Liga Espanhola, na época que findou em Junho deste ano. O avançado português fez 34 golos em 34 jogos e foi vice-campeão, Messi também foi premiado.

 O argentino que foi campeão espanhol e o melhor marcador da "La Liga" com 46 golos, arrecadou o prémio de melhor jogador e melhor avançado. A gala anual da Liga Espanhola, premiou ainda Diego Simeone como melhor treinador e Thibaut Courtois como guarda redes número 1, fazendo jus à boa época dos "Colchoneros".

Aqui fica a lista total dos premiados:

Jogador mais valioso: Cristiano Ronaldo
Melhor jogador: Leonel Messi
Melhor guarda-redes: Thibaut Courtois
Melhor defesa: Sergio Ramos
Melhor médio: Asier Illarramendi
Melhor médio-ofensivo: Andrés Iniesta
Melhor avançado: Leo Messi
Jogador-revelação: Asier Illarramendi
Melhor treinador: Diego Simeone
Prémio fair-play (jogador): Iker Casillas
Prémio fair-play (clube): Athletic Bilbao

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O Brilho da Esperança



 Tarde solarenga de um Domingo de Agosto, jovens, adultos, idosos, pais, filhos, e mulheres, o povo de Alvalade estava em ânsia para ver o seus ídolos tocarem na bola a sério, três meses depois do final de uma época traumatizante.

 Se os artistas corresponderam no palco a audiência espalhou magia nas bancadas, entre um novo "hino" cantado por 30 mil almas e a curva sul a rebentar pelas costuras, criou-se um ambiente fantástico, que nem foi beliscado pelo tiro certeiro de Bruno Amaro.

 A partida começou equilibrada, muita disputa a meio campo e pouca clarividência, normal, ou não estivéssemos a falar do primeiro jogo oficial da época. De todo o equilíbrio que pairava destacava-se Gérson Magrão, num estilo quase parado parecendo o relvado uma coisa estranha aos seus movimentos (ou falta deles), decorria então uma batalha de 11 contra 10. 

 Na sequência de um canto Bruno Amaro tratou de abrir as hostes e relembrar velhos traumas à incansável plateia, contudo, o botão on foi ligado, Adrien e William Carvalho apoderaram-se do meio campo e numa típica relação de causa-efeito o trio da frente subiu de rendimento. As oportunidades surgiram e com elas vieram os golos, Maurício e Montero começaram da melhor maneira a sua estadia em Portugal, e ao intervalo já o Sporting tinha virado o resultado e Leonardo Jardim - numa excelente atitude - substituído Magrão por André Martins.

 A segunda metade começou com um Sporting sonolento a viver à sombra da vantagem conseguida, e Patrício teve de intervir. André Martins tardou em assumir os desequilíbrios do meio campo e eram os passes de William Carvalho que continuavam a sobressair, este médio fez uma estreia a roçar a perfeição, exímio a usar a estampa física nas recuperações de bola, melhor ainda nas saídas para o ataque. Já com o jogo mais controlado Carrilo arrancou, centrou, e Wilson Eduardo marcou, o avançado português não desiludiu na estreia e fez uma partida de bom nível. Ao contrário de Carrilo não é um extremo puro mas um segundo avançado com grande tendência para fletir para zonas centrais.

 Faltava a entrada de Capel e o resto do show Montero, sendo esse o enredo até final, o espanhol a desequilibrar - por vezes um pouco trapalhão - e assistir, e o colombiano a dar um festival de classe em frente da baliza.

 Deixo só três pequenas notas: Maurício revela-se goleador, porém a nível defensivo é muito duro não consegue pressionar sem recorrer à falta; as bolas saem do pé esquerdo de Jefferson como mísseis teleguiados, tensas e cheias de efeito, tornando a equipa bem mais perigosa nas bolas paradas; Adrien está um verdadeiro box-to-box, ataca, defende, pressiona, e inicia jogo atacante até não poder mais fisicamente, é omnipresente no meio campo leonino.

 Os adeptos têm razões para estar otimistas, mas não se podem esquecer que grandes voos levam a grandes quedas, portanto tanto treinador como presidente têm de gerir muito bem este assunto e passar claramente a mensagem de manter os pés nos chão.


Jogador mais- William Carvalho
Jogador menos- Gérson Magrão

segunda-feira, 1 de julho de 2013

O Samba voltou a encantar



 Era o duelo esperado desde que a Taça das Confederações se iniciou, nenhuma outra equipa podia comparecer a esta final. Ver os eternos senhores do futebol defrontar o atuais senhores do futebol no mítico recinto de nome Maracanã, era o desejo de qualquer amante do desporto rei.

 A partida começou de forma atípica com Fred a abrir o marcador logo aos 2 minutos, foi este o momento chave do encontro uma vez que daqui para a frente a turma espanhola nunca mais se encontrou; por outro lado os brasileiros galvanizados pelo golo madrugador e um apoio incansável dos seus adeptos partiram para o resto dos 90 minutos com uma super confiança, o samba que nos últimos anos tinha perdido algum brilho voltou a encantar o Maracanã.

 Só a partir do minuto 20 é que se viu uma Espanha a tentar entrar na partida, o tiki taka dava a posse de bola à equipa europeia mas sem grande perigo, e as constantes tentativas de aproximação à área brasileira por via de jogo vertical e direto nunca abonaram a favor da roja. Scolari montou um sistema de pressing constante que afastou os espanhóis da baliza de Júlio César, a primeira grande oportunidade dos campeões do mundo apenas surgiu ao minuto 40, com David Luiz a cortar em cima da linha de golo um remate de Pedro, nessa altura já o Brasil podia ter marcado por mais de uma vez. Em cima do final dos primeiros 45 minutos foi a vez de Neymar brilhar com um grande remate de pé esquerdo que deixou Casillas de mão esticada sem nada poder fazer, consagrando-se dessa forma como o melhor jogador da prova.

 Para a segunda parte esperavam-se alterações por parte de Vicente Del Bosque, de modo a alterar o botão off para on, contudo apenas Azpilicueta entrou para o lugar do amarelado Arbeloa e tudo se manteve na mesma, até o guião dos golos, pois Fred aos 2 minutos do segundo tempo fez o 3-0. Feito este resultado Xavi, Iniesta e companhia deram o jogo por perdido, enquanto a canarinha limitou-se a controlar as operações, havendo ainda tempo para Sérgio Ramos falhar um penalti  e Piqué receber ordem de expulsão direta.

 Neste primeiro aquecimento para a prova rainha, viu-se que é obrigatório colocar a seleção sul americana no vagão dos principais candidatos à conquista do título mundial, onde se encontra a Espanha que chegou a este encontro bastante fatigada física e psicologicamente, e pareceu menosprezar esta competição, a competição de Neymar.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Mudança de Paradigma



 Ainda é cedo para se falar de grandes mudanças, só passaram dois meses desde as eleição de Bruno de Carvalho (BdC), mas o novo presidente do Sporting parece mesmo decidido a romper com o rumo que o clube tem levado nestes últimos anos - ou décadas.

 A mudança para ocorrer verdadeiramente, e não passar de um conjunto de simpáticas boas intenções, vai demorar algum tempo, e dar muita dor de cabeça aos seus intervenientes (o presidente já admitiu que o próximo ano será o "ano horríbilis" para si e para a sua equipa"), contudo, a maior dose de aspirinas terá de ser dada àqueles que têm feito do Sporting um bombo da sua festa. Nesses a dor será bem forte.

 Com a recente bipolarização da liga portuguesa, o Sporting viu-se relegado para segundo plano, como tal (talvez devido à rivalidade histórica) as últimas direções optaram pela aproximação ao rival do Norte em detrimento do da Segunda Circular, opção mais desastrosa não poderia ter havido.

 Pinto da Costa (PC) é um exímio defensor dos interesses do seu clube, nenhum passo, nenhuma declaração, nenhuma decisão é feita sem que os interesses dos F.C Porto saiam por cima, quem adere a esta politica é considerado amigo, quem faz frente vai para a lista negra. Ora, o clube de Alvalade escolheu ser um simpático amigo, com presidentes a elegerem o homem do Norte como modelo presidencial a seguir, transferências inacreditáveis a serem efetuadas, um capitão e símbolo da formação a forçar usar azul, e um constante silêncio em assunto que não agradavam ao "chefe". Tudo isto teve um denominador comum, o beneficio dos Dragões, que assim conseguiram um gigante aliado na guerra contra o rival lisboeta. Perfeito para a estratégia divisionista azul e branca.

 Pois bem, a recente troca de palavras entre BdC e PC a propósito dos valores da transferência de João Moutinho para o Mónaco é muito mais que um simples fait-diver, é a estratégia de mudança que o presidente leonino quer implementar, a ganhar os primeiros contornos práticos. O objetivo não é criar inimigos, mas sim acabar com relações de vassalagem, o Sporting não é nenhum clube regional auto intitulado de grande que precisa das "migalhas do pai" para crescer, é um emblema com títulos, história e adeptos, que só tem de olhar para baixo na pirâmide clubística portuguesa.

 Obviamente que se o clube não possuísse os 25% da mais valia da transferência do médio português, este teria saído por um valor maior e James por um menor. PC defendeu os interesses do seu emblema, é completamente legítimo, mas aqui se vê o desprezo total por esta boa relação azul e verde. Outro presidente teria ficado com um falso sorriso na cara, e ignorado o que se passou, BdC achou por bem fazer cara feia.

 Este foi o primeiro acontecimento que permitiu ao novo presidente mostrar que o paradigma da história mudou, se os interesses do clube não são acautelados está aqui alguém para acautelá-los, o clube simpático acabou. O processo de mudança é longo e cheio de obstáculos, mas ou me engano muito ou veremos PC com vários ataques de azedume para com o leão.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Começou o defeso, como irá acabar?



 Maio já vai a meio, os campeonatos estão praticamente decididos, a praia começa a dar sinais de vida, e as férias tomam conta da cabeça de todos nós. Estamos perto daquilo que uns chamam Verão e outros pré-época.

 No nosso país (como em tudo os outros países europeus)  o "cheiro" a nova temporada já paira no ar, os jornais entraram no famoso "modo defeso" (que é sempre uma época alta para as suas tiragens), todos os sonhos e fantasias de qualquer adepto são realizadas; o número de clubes interessados nos melhores artistas é quase infinito; e por fim lá chegam algumas noticias com fundo de verdade. Não adianta perder tempo a criticar, é este o mundo futebolístico.

 Os três grandes nacionais, apesar das realidades distintas que estão a viver, sabem que a crise está aí e com ela um sinal de proibição a qualquer aventura económica; Bruno de Carvalho, Luís Filipe Vieira, e Pinto da Costa já vieram dizer abertamente aos seus adeptos que as palavras de ordem são: contenção financeira. 

 Os dois rivais que ainda lutam pelo título têm muitos ativos na montra internacional, com valores de mercado altos e qualidade suficiente para se imporem nas melhores equipas europeias. Dos quatro cantos da Europa todos os clubes com a carteira gorda estão de olho nos craques "portugueses", deste modo a pré-temporada de Benfica e Porto vai ser movida pelas suas vendas, esse será o aspeto fulcral que condicionará a quantidade e o tipo de aquisições (sem nunca esquecer o tal sinal de proibido). A indefinição vai ser o maior inimigo dos dois emblemas, pois não saber se Moutinho, James, Matic, ou Cardozo sairão, causará grande stress a quem planeia a época. E o substitutos, como gastar "pouco" e conseguir a mesma qualidade? As saídas serão claramente aquilo que irá marcar o Verão destes clubes.

 Quanto ao Sporting o problema é o oposto, sem dinheiro para manter os orçamentos de anos anteriores, o presidente fez questão de avisar a razia que irá acontecer no atual plantel (Rui Patrício  Boulahroz, Rojo, Schaars, Adrien, Capel e Jeffrén julgo que farão no Domingo o último jogo oficial de leão ao peito), a equipa terá novas caras, mas com muita ginástica à mistura. O carrinho de compras leonino terá de chegar à registadora com muitos produtos em desconto, pois o talão é incompatível com contas caras. É nas aquisições que está a chave época sportinguista, sem a montra europeia, e com um teto salarial "baixo", a capacidade prospetiva e negocial de A.Inácio e B.Carvalho terá de vir ao de cima. Fica só o conselho (humilde conselho) para olharem, com olhos de ver, os bons jogadores do mercado interno.

 Os treinadores também são outra questão importante, que parece congelar o próximo Verão, Alvalade Luz e Dragão, vivem dias de indefinição, e se na Luz a coisa parece mais ou menos resolvida, pelo Dragão e (principalmente) em Alvalade, é muito provável a chegada de novos comandantes.

 Entre uns que se preocupam com a oferta e outros que se preocupam com a procura, o mercado de transferências português será aceso, mas a crise está feia e os clubes sabem disso, é portanto de prever que o saco dos craques em Portugal ficará mais leve.




quarta-feira, 8 de maio de 2013

O sócio 100 mil



 O Sporting passa por tempos difíceis futebolística e financeiramente, contudo entrámos numa nova era em que a esperança domina os sportinguistas, esse sentimento que tem sido o grande aliado dos adeptos (e que adeptos!) ganhou novo fôlego com a entrada de mais um presidente.

 Porém gostaria de deixar as finanças e o futebol de parte para me concentrar num "fait-diver", eu sei que os "faits-divers" costumam ser assuntos de importância nula, mas neste caso não podia passar ao lado. Cristiano Ronaldo foi apresentado como sócio 100 mil, no jogo de celebração da passagem dessa marca.

 O menino que se tornou símbolo máximo da escola leonina, dez anos depois de sair do clube e 17 anos depois de nele ter entrado, finalmente adquiriu o cartão verde. A nação verde e branca festejou efusivamente e o craque até teve direito a um comunicado de agradecimento por parte do presidente. Não estarão os sportinguistas a ver as coisas ao contrário?

 Cristiano Ronaldo deve grande parte daquilo que é como jogador ao Sporting, foram muitos anos de trabalho de base que culminaram com a montra na equipa principal. É óbvio que a qualidade esteve sempre lá, contudo, em nenhuma outra parte do mundo o camisola sete  iria encontrar uma "escola" que lhe proporcionaria o que Alvalade lhe proporcionou. Falo dos aspetos técnicos enquanto futebolista mas também dos sociais, e de todo o acompanhamento psicológico a uma criança que aos doze anos aterrou em Lisboa, vinda de uma ilha a 1000 km de distância. Este trabalho invisível teve (e tem) uma importância incalculável na sua caminhada até ao Olimpo.

 O mínimo que o português deveria ter feito era inscrever o seu nome nos associados do clube há muito mais tempo, era um dever moral para com a instituição que o potenciou e está no seu coração. Bastava preencher uns papéis e pagar as cotas todos os meses, não são assim tão caras para alguém com o seu ordenado! O simples ato de guardar na carteira aquele retângulo plastificado verde já demonstraria que a sua ligação ao emblema estava (e está) sempre presente, é algo bastante simples, mas é a maior prova de ligação entre qualquer adepto e o seu clube.

 Do outro lado da moeda estão as sucessivas direções que nunca se lembraram de formalizar essa ligação entre atleta e clube, um ato de gestão cujo grau de dificuldade era nulo.

 O Sporting tem na Academia o seu bem mais precioso, o rótulo "Made in Alcochete" teve muitas horas e suor em cima até ganhar a credibilidade mundial de que dispõe (algo que só está ao alcance de Barcelona e Ajax); muitos jogadores são o que são graças ao seu passado verde e branco, a seleção nacional deve grande parte dos excelentes resultados destes últimos anos ao clube, portanto está na hora de valorizar mais essa relação.

 Não estou muito preocupado que brasileiros, búlgaros, holandeses, ou quaisquer outros jogadores que vêm para Alvalade apenas "trabalhar" sejam ou não sócios do clube, mas em futebolistas que cresceram nesta casa e são referências mundiais ou nacionais tem de ser fomentada a relação clube/jogador como algo muito maior que um simples emprego, ou trampolim para um melhor ordenado no estrangeiro.

 Pelo mediatismo e qualidade futebolística que tem, Cristiano Ronaldo transcende qualquer outro atleta que passou pela formação leonina, daí este discurso algo sentimental e idealista daquilo que deveria ser a ligação entre o craque e quem lhe permitiu tornar-se craque.


P,S- O agradecimento escrito de Bruno de Carvalho ao jogador do Real Madrid pelo seu grande sportinguismo, soa ao "obrigado" de um sem abrigo quando algum desconhecido lhe dá esmola.




terça-feira, 30 de abril de 2013

Paradigma Alemão



 As meias finais da Champions são sempre um acontecimento especial para quem vibra com o desporto-rei (aliás, toda a prova é), estão lá as quatro melhores equipa do mundo e o espetáculo é sempre garantido. Confesso que pensei para mim, "para a elite futebolística estar toda ali concentrada só é necessário trocar o Borussia pelo M. United", a práctica mostrou que me enganei redondamente.

 Quem assistiu aos dois jogos desfrutou de três horas de futebol a sério, que fez jus à melhor competição do mundo. Viu-se um autentico recital futebolístico vindo da Alemanha, ajudando a Srª Merkel a mostrar quem manda na Europa; os dois (teoricamente) melhores clubes do mundo saíram da sua viagem ao centro do continente completamente humilhados, tal como o seu governo no último ano. Foi demasiada Alemanha para uma paupérrima Espanha, e a inédita final germânica está ai à porta.

 Duas equipas habituadas a golear tudo e todos não conseguiram criar mais que duas oportunidades, os dois melhores jogadores do mundo estiveram totalmente off da partida e os dois quartetos defensivos foram uma autêntica passadeira vermelha para os opositores. Já se faziam contas e apostas sobre o vencedor da final espanhola, final essa que só vai ser possível (salvo qualquer grande imprevisto) nos jogos de Fifa e Pes.

 Os alemães mostraram que a Bundesliga merece se acompanhada com outros olhos - e a partir de agora com certeza que vai ser. É magnífico ver a Allianz Arena e o Westfalenstadion a rebentar pelas costuras com um público incansável os noventa minutos. Ao contrário das poderosas equipas germânicas do passado, tanto Bayern como Borussia têm grande qualidade técnica no seu onze, o futebol que praticam não é a monotonia e a brutalidade do passado, há uma aliança entre futebol espetáculo e a eficácia e dureza típica alemã. No mesmo onze misturam-se os típicos germânicos Schweinsteiger, Gómez e Lahm, com os mágicos Robben e Ribery; e artistas como Gotze ou Réus de alemães só tem o BI.

 O grande segredo para este emergir germânico está na abertura que a Bundesliga tem tido a jogadores de todo o mundo, com as mais diversas características, que têm enriquecido muito a prova. Para além de que a nova escola alemã está muito mais refinada que no passado (Ozil e Gotze são disso exemplos) resultando numa forma de jogar bastante mais atrativa.

 Posto isto, é com curiosidade que na próxima época acompanharei o que Guardiola fará na super equipa bávara, e como reagirá o Borussia às perdas de Lewandowski e Gotze..

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A lei do mais novo



 Este ano Horribilis do Sporting tem sido fértil na ausência de projetos e um plano coerente, o clube já teve quatro treinadores; começou a época com o objetivo do título e vai acabá-la a tentar apurar-se para a Liga Europa; investiu num plantel caro desmembrando-o no Inverno; e negligenciou por completo a academia para agora usá-la abusivamente.

 É em relação a esta aposta massiva nos jovens que interessa falar. Já se perdeu a conta do número de "leõezinhos" que jogaram (pelo menos) uns minutos esta época na equipa principal, face ao sub-rendimento dos "velhos" estes jovens jogadores têm sido muito acarinhados e apoiados pelo público de Alvalade, porém esta altura em que foram lançados às feras não é de todo a melhor. Entrar numa casa em chamas sem ser bombeiro é uma experiência arriscada para qualquer um. Muitos morrerão queimados, alguns sairão vivos de mangueira na mão, mas só no final da próxima época se verá até que ponto estes "meninos" adquiriram maturidade e qualidade para representar ao mais alto nível um clube da dimensão do Sporting.

 Entre valores como Ilori, Esgaio, ou Zezinho que deram e têm dado boas indicações (mas para já só isso) emerge uma pérola que já mostrou estar acima dos demais, é o mais novo e o que melhor tem lidado com as feras, falo obviamente de Bruma. Enquanto sobre os outros não consigo ter ainda uma opinião bem formada, sobre este jovem nascido em Bissau vejo uma qualidade muito acima da média. Pegou de estaca na equipa principal (vai para o décimo jogo na primeira liga) e tem sido uma das principais caras deste novo Sporting, a grande prova disso é a tranquilidade que demonstra a jogar contra os "homens de barba rija" contrastando com o resto da equipa cuja intranquilidade tem sido imagem de marca. A bola não lhe queima nos pés uma vez que há uma procura constante para tê-la e assim criar os desequilíbrios, é um extremo que gosta de olhar o defesa olho no olho e partir para cima dele, fazendo uso do seu grande poderio técnico para dessa maneira abrir espaços e desequilibrar a defesa contrária; não obstante de ser muito solidário no processo de recuperação da bola. É um Porsche que altera as mudanças consoante as necessidades, ultrapassando Fiats e Citroens como bem lhe apetece.

 Continua a ser um diamante em bruto que precisa de muita lapidação (aqui entra o fato Jesualdo), as perdas de bola no meio campo defensivo quando a equipa está a sair para o ataque têm de acabar; o posicionamento pode ainda ser muito melhorado, nomeadamente quando a bola está no flanco contrário o jovem precisa de procurar uma posição mais central para não se afastar tanto do jogo e fazer sobressair a sua veia goleadora; tal como uma maior regularidade durante os noventa minutos precisa de ser adquirida.

 Bruma destacou-se dos outros estreantes pela sua excelente postura a lidar com a pressão, a qualidade (e que qualidade!) está lá, portanto com o ritmo competitivo que está a começar a adquirir é provável que o Porsche passe a Ferrari e o valor dispare. Aí outras autoestradas sentirão a sua presença.


P.S-Neste lote de novas promessa o inglês Eric Dier também está um degrau acima, numa próxima vez falarei sobre as suas qualidades.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Passadeira Vermelha vs Esperança Azul



  A cinco jornadas do final do campeonato o Benfica tem o sinal aberto para acelerar rumo ao título. São quatro pontos de vantagem que permitem ao clube um acidente nesta reta final.da maratona. A ver a porta traseira da viatura benfiquista, está o F.C.Porto, bicampeão e nada habituado ao titulo de vice.

 Pela maturação do seu jogo neste quarto ano à frente da equipa, Jorge Jesus (JJ) está numa posição priveligiadíssima para conquistar o ceptro três anos depois da sua última e única conquista. O Benfica contínua goleador e a dar espetáculo, mas o seu treinador percebeu que isso não é tudo e nesta fase da época é o pragmatismo a ganhar ascendente sobre o futebol espetáculo, o resultado são algumas vitórias sofridas que dão na mesma três pontos. Deste modo, o clube está em três frentes e jogadores nucleares como Maxi, Garay, Salvio, ou Cardozo, estão num plano físico acima das últimas épocas, fruto dos substitutos e da rotação que tem sido imposta.

 É essa a grande desilusão azul e branca, o clube sabe que se estivesse na confortável posição encarnada era quase impossível o título fugir, e que este Benfica denota uma consistência "à Porto", raramente visível nos últimos anos. Fruto de uma mentalidade ganhadora impressionante, a equipa tem consciência que ainda está tudo em aberto, as próximas cinco finais são para ganhar ( e que final teremos na penúltima jornada!) e há que esperar um empate ou derrota encarnada. Com objetivos ambiciosos na Liga Europa, as águias terão de gerir muito bem o seu calendário, caso contrário os dragões não serão complacentes com as falhas do opositor.

 A partir de agora serão cinco voltas à velocidade da luz sem direito a qualquer paragem, mas Vítor Pereira sabe que JJ aprendeu com o trauma dos cinco pontos da época passada...

quinta-feira, 21 de março de 2013

Estaremos no Mundial



 Depois de Paulo Bento ter anunciado os convocados para o duplo confronto em que a Portugal jogará cartadas importantes na corrida ao apuramento para 2014, os portugueses voltaram a recordar-se que a sua realidade futebolística não é só Benfica, Porto, Sporting ou Real Madrid; há também uma seleção que representa o seu pais e que está com alguma dificuldades na caminhada para a maior competição futebolística do mundo.

 Não passa pela cabeça de nenhum habitante desta nação a sua seleção não marcar presença no país irmão daqui a pouco mais de um ano, as contas do grupo tiveram uns imprevistos mas a situação está a longe de ser irreversível, e os jogos dos próximos dias serão importantes para reestabelecer a ordem natural de forças do grupo - neste aspeto o confronto com Israel assume uma especial importância, pois trata-se de uma deslocação ao terreno de uma equipa que até agora tem sido um adversário direto pelo apuramento.

 Com a campainha do alarme já ativada não vale a pena fazê-la soar de forma demasiado estridente. Vai ser difícil, mas não impossível, tirar os Russos do comando, e existe um plano B que já foi utilizado nas duas últimas grandes competições. Os vice-campeões de cada grupo (apenas o pior medalha de prata fica de fora) podem-se apurar através de um playoff, e entram na prova com o mesmo status dos primeiros classificados.

 Nós como praticantes de futebol temos muitos problemas a nível de mentalidade, irrita qualquer adepto ver exibições completamente displicentes como a contra a Irlanda do Norte, em que os jogadores nacionais entram em campo com um completo complexo de superioridade resultando em exibições paupérrimas, enquanto o adversário, com um décimo da qualidade, joga os 90 minutos em alta rotação e é premiado por isso. O português não se dá bem a jogar com o favoritismo do seu lado  quando a coisa é (teoricamente) demasiado fácil a concentração desce abruptamente.

 Contudo a moeda também pode ser virada ao contrário aparecendo uma nova perspetiva, em que os elogios são muitos. Depois da descontração costuma vir o "acordar para a vida", e quando acordam os  jogadores não desiludem. Chegado o momento da verdade os nossos representantes ganham asas e é dificil parar esta seleção; basta a partida requerer grande emergência ou mediatismo para os atletas passarem os seus niveis de concentração do 8 para o 80.

 O típico "tuga" tem a mania de deixar as tarefas para a última da hora, mas quando chega a altura de fazê-las, já super pressionado, até alcança resultados positivos. Como um belo retrato do seu povo a nossa seleção sofre das mesmas doenças e virtudes, é por isso que não duvido que esta "equipa de todos nós" estará no Brasil para fazer história 500 anos depois. Nós não fomos feitos para ter bons resultados em apuramentos e amigáveis, os grandes palcos é que seduzem as nossas estrelas.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ferguson da Luz



 Chegados ao terceiro mês de 2013, já se começam a lançar os dados para a próxima época, possíveis contratações e dispensas de jogadores e dúvidas em relação à continuação dos técnicos tornam-se assuntos do dia. É neste contexto que o possível final de casamento entre o Benfica e Jorge Jesus (JJ) tê sido cada vez mais comentado.

 Tendo posto o título como objetivo principal dos últimos anos, e só com uma vitória em três épocas, o mais natural será uma terceira prata seguida tirar a aliança do dedo do mister e deixá-lo no desemprego. Seria muito difícil para Luís Filipe Vieira explicar aos adeptos como mantém um treinador que se deixa sempre ultrapassar pelo rival do norte. Da forma que coisas estão é muito difícil prever quem será o próximo campeão nacional, contudo pela confiança, frescura física e capacidade mental que demonstra, o FC Porto é o favorito, ou seja, se imperar a lógica os azuis e brancos são campeões e JJ terá de se inscrever nalgum centro de emprego.

 No entanto estes assuntos não podem ser analisados de forma tão pragmática, se ganha fica se perde sai, há muita coisas sobre o qual é preciso refletir, e um futuro a longo prazo em que é preciso pensar. O FC Porto a nível de estrutura (humana) e mentalidade conseguiu um avanço supersónico em relação ao clube da Luz nas últimas duas décadas, há uma organização estrutural e uma mentalidade fortíssima de comprometimento e vitória para com o clube, aspetos que demoram anos a enraizar-se profundamente num emblema. Com Vieira a chefiar e Jesus a treinar a aproximação ao rival do norte tem sido bastante conseguida, a forma de encarar os jogos mudou completamente, os encarnados voltaram a meter medo a qualquer adversário, as discussões do campeonato vão até ao fim e não acabam na altura da consoada, o nome "Benfica" voltou a impor respeito pela Europa fora, as vendas milionárias colocaram um selo de qualidade na matéria prima do emblema, e a nível de estrutura o clube está bem mais forte. Tudo isto não se fez por magia, nem em cinco segundo, foi (e é) preciso tempo e qualidade, e JJ teve os dois.

 Não tenho dúvidas que se o técnico português se tornasse o "Ferguson do Benfica", o clube da Luz poderia marcar uma nova era hegemónica no futebol português. Pior que ele há muitos, melhor há muito... poucos.


P.S- Este artigo foi escrito antes do Sporting- FC Porto e do Beira-Mar-Benfica, pode acontecer que as contas do título se alterem depois desta jornada.





sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Liga Bicéfala



 Nos últimos anos a palavra "troika" entrou de rompante no nosso vocabulário, para se tornar vocábulo do dia-a-dia. O país num incêndio de grandes proporções teve de pedir ajuda a três bombeiros estrangeiros, que desde então passaram a ditar as nossas leis. A liga portuguesa também entrou num processo de crise, e tal como o país, a sua liderança é partilhada. Em vez de estrangeiros temos nacionais, e desfaz-se a "troika"  para se entrar numa realidade bicéfala.

 Esta crise é uma crise de competitividade, que tem vindo a acentuar-se na mesma linha da triste realidade do nossa nação, a consequência é a divisão do nosso campeonato entre duas equipas mais fortes e o... resto. Mais que os pontos é gritante a diferença qualitativa entre F.C. Porto, Benfica, e os mais próximos candidatos. O S.C. Braga pratica bom futebol mas a sua irregularidade já o atrasou 15 pontos, o Sporting vive uma das piores épocas da história, e qualquer dos outros emblemas não tem capacidade financeira para sequer sonhar em chegar perto do título.

 É esta a paisagem propícia para lisboetas e nortenhos passearem tranquilamente na prova portuguesa, contudo os dois rivais de tranquilos não têm nada, jogando semana após semana em alta rotação, se o jogo corre mal há uma vitória curta, se as coisas engrenam há goleada. É esta a crónica semanal do nosso campeonato. Fruto da monopolização da massa adepta do pais (juntamente com o Sporting), presenças constantes na "Champions" e avultadas vendas de jogadores, o orçamento deste duo parece brincadeira comparado com as o das restantes equipas do campeonato. Como é possível coexistir na mesma prova um F.C. Porto com 95 milhões de euros orçados e um Beira-Mar ou V. Setúbal que nem chegam aos 2 milhões de euros, estamos a falar de um diferença de cerca de 50 vezes o orçamentos destes clubes que lutam pela manutenção!

 Para um amante do desporto rei (que ligue a futebol e não a clubismos) esta liga só tem interesse nos clássicos, tudo o resto parece-se bastante com as comédias românticas hollywoodianas em que vemos o início e já sabemos o final. Craques como Salvio, James, Moutinho ou Gaitán são demasiada areia para a camioneta competitiva desta liga, e apenas na Europa têm competição digna da sua qualidade. Obviamente que há lado bom da moeda, pois não basta apenas tirar o mérito aos outros, encarnados e azuis têm das melhores equipas das últimas décadas do respetivos clubes e isso vê-se nas competições europeias, com resultados e exibições de categoria na primeira divisão do futebol mundial.

 Esta "espanholização" da principal prova portuguesa é muito perigosa, a longo prazo pode resultar numa assimetria ainda maior entre os 1% e os outros 99%. No nosso vizinhos os problema são minimizados, uma vez que Real Madrid e Barcelona, por maior que seja a diferença para os restantes, são dois dos clubes mais importantes da história do futebol mundial, e uma parada total de estrelas, por isso La Liga jamais perderá grande importância. 

 De entre uma série de medidas, a centralização dos direitos televisivos iria ser um motor de redistribuição financeira bastante útil para o re-equilíbrio da prova


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Uma quase grande equipa



 O futebol português é um mundo de poucas nuances, desde sempre fomos habituados a três crónicos e eternos candidatos ao trono e uma outra equipa, cujo símbolo muda de tempos em tempos, que intrometendo-se ou não pela luta de títulos, pelo menos "chateia" bastante os três grandes. Já foi o Belenense, a Académica, o Vitória de Guimarães, o Boavista e neste momento é o Sporting de Braga.

 Esta ascensão e intromissão da equipa minhota difere-se das outras equipas históricas pelo facto de já durar à quase uma década. O que tem faltado em títulos, Taça Intertoto apenas, tem abundado em consistência, de que são o maior exemplo as constantes e orgulhosas participações europeias.

 Nesta época 2012/13, os objetivos do clube passavam pela conquista de uma Taça (Liga ou Portugal), classificação no pódio do campeonato e o apuramento para a "Champions". Passados seis meses o balanço é um terceiro lugar no campeonato, apuramento e último lugar no grupo da Liga dos Campeões, eliminação da Taça de Portugal e meias finais da Taça da Liga.

 O técnico contratado para pôr a máquina a trabalhar foi um homem conhecido pelo seu futebol ofensivo e de posse, de nome José Peseiro. Atendendo ás metas delineadas Peseiro tem feito uma caminhada tranquila, assegurando para já aquilo que era mais importante, entrada nos grupos da liga milionária e terceiro lugar na prova interna. Não tem defraudado as expectativas em relação ao seu estilo de jogo, uma vez que equipa joga sem receio do adversário, marca golos, e domina grande parte das partidas através da posse de bola, impulsionada por um meio campo fortíssimo. A nível exibicional os "minhotos" já não tem de provar nada a ninguém, jogam olhos nos olhos contra o duo líder da liga e enfrentaram os adversários europeus sem medo, em Itália deu direito a brilharete, em Inglaterra o brilharete morreu na praia.

 Contudo, fruto destas excelentes exibições e classificações, o Sporting de Braga já não é encarado como aquela equipa média que dá um pouco de luta aos "tubarões" e cai no goto dos adeptos por ser o fraquinho na batalha contra os fortes. O clube têm-se mantido num nível que acarreta grande pressão e cobrança (excelente sinal), passou a barreira das equipa médias para entrar no território dos melhores, portanto bons jogos e vitórias morais já não chegam, querem-se resultados e títulos, e nisso esta época tem sido particularmente frustrante.

 Peseiro é conhecido por ser o treinador do quase, e o Sporting de Braga por ser a equipa do quase, olhando para este cenário o casamento desta época podia dar numa temporada do quase... que é exatamente o que tem acontecido. O bronze na liga está muito longe da prata e ouro (são já 13 pontos), essa distância foi notória nos confrontos diretos, tanto contra o Benfica como contra o Porto os bracarenses realizaram uma boa exibição criando algumas oportunidades, mas na hora H faltou-lhes uma mentalidade mais forte, de quem está habituado a fazer da vitória uma simples rotina e não balbucia os momentos chave, e também outro tipo de opções defensivas. Na Europa o caso foi mais frustrante, no duplo confronto com o Manchester United os comandados de Peseiro estiveram a ganhar e controlar as duas partidas, acabando por sofrer as reviravoltas já na parte final. Uma vez mais faltou capacidade para lidar com a pressão e um maior controlo emocional na gestão da vantagem.

 Para se libertar do complexo do quase, tanto treinador como equipa precisam de ganhar um título, depois do primeiro está quebrada a barreira mental que estende a passadeira para os próximos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A escolha de Guardiola



 A meio do seu ano sabático Guardiola tornou público qual o projeto que terá em mão na próxima época. "Calhou a fava" ao Bayern de Munique, o gigante alemão que é eterno candidato em todas as competições que participa. 

 Falava-se que em Inglaterra meio mundo queria o espanhol, e até alguns clubes italianos demonstraram o seu interesse. Sendo a liga que mais dinheiro movimenta, com uma competitividade de causar inveja a qualquer outro campeonato, a Premier League seria o destino mais provável do técnico. Chelsea e City estavam na pole position  para o receber, mas este surpreendeu tudo e todos ao aterrar num destino a milhares de quilómetros da ilha.

 O ex-treinador do Barcelona é 100% livre de escolher o seu destino e não deve explicações a ninguém, contudo para provar que é definitivamente um dos melhores treinadores do mundo e da história, e que no Barcelona não se limitou a ser um corpo presente numa equipa que joga sozinha de olhos fechados, podia ter escolhido um desafio mais difícil e aliciante.

 Inglaterra seria a paisagem perfeita para a glorificação do técnico. Tanto Chelsea como City tinham poder financeiro para dar ao espanhol o plantel que este quisesse, são gigantes à procura de uma afirmação e regularidade de títulos que o dinheiro ainda não conseguiu dar, e jogam num campeonato que semana após semana é acompanhado pelo mundo inteiro. Cocktail ideal para emergir um grande Guardiola, que teria de lidar com jogos complicado todas as jornadas (é por isto que a Premier League é a melhor liga do mundo) e uma pressão constante de todos os lados.

 Itália também seria uma opção interessante, o Calcio vive tempos difíceis com uma perda progressiva de estatuto entre as principais liga europeias, o treinador ajudaria muito a que este campeonato regressasse ao topo e teria o aliciante desafio de implementar o seu "tiki-taka" super ofensivo numa cultura futebolística que pratica o oposto. No Bayern, apesar de um Dortmund forte, não terá rival interno à altura, sendo a Champions o único lugar onde terá competição "a sério", é pouco para alguém com tanto potencial.

 Desafio e pressão, são as duas palavras chave que estão de mão dada com os magos do treino. A superação contínua de desafios aliada a uma forte capacidade de lidar com a pressão constante são duas provas que muito poucos conseguem ultrapassar - hoje em dia apenas um português e um escocês estão nesse nível. Guardiola podia ter arriscado e conseguido a glória eterna, mas acobardou-se...


quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Os objetivos que restam



 Este ano "horribilis" pelo qual o Sporting está a passar tem causado muita mossa. De tal maneira que qualquer objetivo a que a equipa se pudesse agarrar, para tanto ela como os adeptos ainda sentirem um cheirinho a competição a sério, foi destruído pelas vergonhosas exibições que têm sido rotina semanal. Até a Taça da Liga com o seu rótulo de competição menor, podia dar ainda alguma réstia de ação, mas uma derrota humilhante com o Rio Ave também riscou essa frente. Assim resta ao clube lutar por algo secundário (terciário até) como a qualificação para as provas europeias.

O nono lugar e as traumáticas exibições dão azo a grande cautela e um pensamento jogo a jogo, porém a linha média do campeonato português é bastante fraca, e basta um ciclo de algumas vitórias consecutivas para o plantel galgar várias posições na classificação. Jogando um pouco melhor este Sporting tem qualidade para conseguir um objetivo "menos mau".

 Exceptuando Benfica, Porto e Braga, o único emblema que mostra consistência e já grande diferença pontual é o Paços de Ferreira, os homens da Mata Real têm mostrado grande qualidade tanto em casa como fora, e os seus pontos nesta edição da liga são um espelho real do futebol que a equipa tem apresentado. Todas as outras equipas, por melhor que esteja a ser o seu desempenho, como Rio Ave ou Estoril, não têm qualidade nem consistência para se baterem com um Sporting cumpridor dos serviços mínimos. 

 Em suma, para tudo isto se concretizar basta que a equipa leonina jogue como jogou no último Domingo, dessa maneira a Europa e mesmo o quarto lugar serão perfeitamente alcançáveis. Se Jesualdo conseguir mesmo alterar a dinâmica de jogo a curto prazo,o último lugar do pódio pode tornar-se um objetivo...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Rescaldo do clássico



 No último Domingo assistimos a uma boa partida de futebol, se os primeiros 20 minutos fossem acompanhados pelos restantes 70 teríamos presenciado um jogo histórico, mesmo assim não há razão de queixa. Houve golos e intensidade de parte a parte, o empate ajusta-se pela falta de oportunidades da equipa azul e branca, e pela incapacidade de jogar no meio campo adversário, dos encarnados.

 Na previsão do encontro, pela primeira vez nos últimos jogos entre estes adversários, considerei o Benfica favorito. As últimas exibições dos homens de Jesus mostraram que o poder de fogo da equipa é enorme, seja nas alas ou no centro do ataque, este Benfica tem opções e qualidade para todos os gostos. A equipa de Vítor Pereira, por seu turno, começou 2013 numa rotação algo baixa com as vitórias a surgirem pela margem mínima; esta máquina portista apesar de bem oleada e segura no jogo peca na vertente ofensiva, onde depende muito de Jackson e James, que estando lesionado era a maior baixa do encontro. Como o lugar onde nos sentimos melhor é no nosso lar, os 60 mil adeptos do "inferno" da Luz, seriam outro fator vantajoso para a equipa de Lisboa.

 Contudo, já se sabe que no futebol as previsões apenas são importantes para encher os jornais e entreter os adeptos, pois cada jogo tem uma maneira muito própria de se desenrolar, afinal de contas a magia do futebol está na forma de como este desporto é imune a atos previsíveis. Nesta partida a previsão e o rescaldo estiveram bastante distantes. Analisando os acontecimentos depois do 2-2, pois foi aí que o jogo verdadeiramente começou (ou por outras palavras, que a "batalha" tática verdadeiramente começou), houve alguma supremacia azul e branca. Apesar dos quatro golos, a defesa das águias superou o ataque dos dragões, e o ataque das águias foi superado pela defesa dos dragões, porém no meio campo o Porto ganhou, e conseguiu impor a sua posse de bola  e o ritmo de jogo que quis. Desta maneira a partida ficou mais lenta e fechada, impedindo os encarnados de explorar a sua verticalidade e o ataque rápido, e colocar a bola nos espaços vazios. No conto geral, viu-se um Porto mais seguro de si e despreocupado com as bancadas, e um Benfica a jogar mais em esforço sem aproveitar o fator casa.

 Tudo isto podia ter sido diferente se ao minuto 77 Cardozo tivesse concretizado a grande oportunidade do encontro, já que essa foi a grande falha dos azuis e brancos, conseguiram controlar mas não objetivar esse controlo. No campo das oportunidades foi o Benfica mais forte.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

E o vencedor é Messi



 Depois de meses a fio de discussão o espetáculo mediático chegou ao fim, Messi arrecadou a quarta Bola de Ouro consecutiva e relegou Ronaldo para o segundo lugar. Por uns meses não se ouvirá falar sobre quem será o melhor do mundo em 2013.

 Escrevo este artigo como português, daqueles que o clube estrangeiro preferido varia consoantes os "tugas" que dele fazem parte. Nos últimos tempos o R. Madrid tem sido a minha segunda equipa, os golos de Ronaldo e as declarações de Mourinho são seguidas com toda a atenção, pois estamos a falar do meu jogador e treinador de eleição.

 Contudo, não acompanho futebol com filtros "Made in Portugal" nos olhos, que corriam o risco de me alterar a visão para uma realidade mais pomposa, em que quem quer que seja pelo simples facto de ser português já tem mais méritos que os adversários. Esta cegueira portuguesinha  distorce bastante a análise futebolística - com os nosso jornais desportivos a contribuírem bastante.

 Lionel Messi estabeleceu o "poker" de Bolas de Ouro de forma justíssima. Bateu um recorde de golos que parecia inalcançável (e que perdurará na história por muito tempo), finalmente assumiu-se na seleção ( 12 golos em 9 jogos e um hattrick ao Brasil), e o mais importante de tudo, continuou a espalhar genialidade e a deliciar todos os que gostam de futebol. É um tormento roubar-lhe a bola que não descola do seu pé esquerdo, tal como um mágico ele prevê qual o movimento que o defesa fará, coloca a "redondinha" onde quer para quem quer, para além dos golos as assistências são inúmeras as lesões nenhumas, e a regularidade é impressionante. Se o argentino marca apenas um, há desilusão entre os adeptos, porque com ele a fasquia é altíssima.

 Cristiano Ronaldo fez mais uma época impressionante, comandou os madrilenos a um título espanhol cheio de recordes (golos, pontos e um super adversário), foi hostilizado em diversos estádios e a isso respondeu com golos atrás de golos, pé esquerdo, direito, cabeça, a bola entrou de todas as formas. Tudo isto tornou-se mais espetacular pela regularidade e força mental que o número sete mostrou ao assumir-se como o comandante do onze, aquele homem que quando as coisas correm mal os restantes dez sabem que podem contar para levar a equipa em frente e decidir o jogo. Superou Messi em títulos (a Liga Espanhola tem uma importância incomparável à Taça do Rei, e ainda há mais uma Supertaça), mas mesmo assim para se afirmar como principal favorito precisava ter ganho ou a Champions ou o Europeu, esteve ás portas de ganhar ambos mas morreu na praia.

 Repito e volto a repetir, o que o nosso português fez é extraordinário, tivesse ele Ronaldinho, Zidane, Van Basten ou Platini como adversários e o seu currículo já contava com quatros Bolas de Ouro. A questão é que o opositor é um argentino que nem chega ao metro e setenta, mas que em qualidade futebolística está anos luz à frente desta realidade. Superá-lo é praticamente impossível.

P.S- Se  Messi fosse português ou  Ronaldo estrangeiro, teriam os portugueses usado tantos argumentos para justificar a vitória do ex-Manchester United? Não, claro que não