segunda-feira, 28 de junho de 2010

Os seis apurados para os quartos de final

Passados três dias de oitavos de final apenas falta definir o último jogo dos quartos, parece que as surpresas acabaram e todos os grandes favoritos carimbaram o passaporte para a próxima fase.

O Uruguai continua a sonhar que pode conquistar o tri e para isso bateu a Coreia do Sul num jogo onde foi extremamente objectivo e eficaz controlando o jogo e merecendo a vitória. O seu adversário dos quartos é a Gana, que quer ser a equipa Africana a ir mais longe num Mundial. Os Ganeses bateram os EUA por 2-1 e na minha opinião foram a única equipa que não mereceu passar, inicialmente eu dava o favoritismo há equipa americana e penso que durante os 120 minutos ela foi mais forte, embora a equipa africana tenha feito uma boa primeira parte e tenha criada algumas oportunidades. Assim, penso que os Uruguaios são a equipa favorita e o seu fortíssimo ataque não deve dar hipóteses à frágil defesa da Gana.

A Alemanha também era favorita perante uma Inglaterra que desiludiu muito, mas esperava-se um grande jogo não fosse esta a partida mais aguardada dos oitavos de final, apesar do resultado desnivelado assistimos a esse grande, bastante aberto e com oportunidades para as duas equipas, mas a Alemanha foi melhor e venceu com inteira justiça, embora o erro clamoroso do árbitro tenha marcado o jogo. O seu opositor é a Argentina de Maradona, que ganhou claramente por 3-1 dominando a generalidade do jogo e contando com a contribuição das suas estrelas para fazer a diferença. É devido a esta grande quantidade de estrelas (o melhor do Mundo é da selecção Argentina) que eu penso que a Argentina tem uma pequena vantagem em relação à Alemanha. Mas graças ao excelente momento de forma das duas equipas acho que esta será a partida mais empolgante dos quartos.

Outro grande jogo vai ser Brasil-Holanda, onde se vão defrontar duas equipas que estão a fazer um bom torneio e têm excelentes jogadores. O Brasil nem acelerou mas jogou bem e ganhou 3-0 ao Chile que mostrou ser uma equipa com um futebol atraente mas demasiado permissivo, que foi muito bem aproveitado por toda a equipa brasileira. A Holanda não fez uma grande partida mas jogou o suficiente para passar ganhando por 2-1 a uma Eslováquia surpreendente. Com Robben na equipa a Holanda torna-se muito melhor do que já é, e penso que esse será o maior trunfo da selecção holandesa para enfrentar o Brasil, pois para mim Robben foi o jogador que melhor finalizou a época transacta. Mas os canarinhos apresentam uma grande homogeneidade com grande qualidade em todos os sectores, e três jogadores no ataque que são de top mundial, portanto são favoritos.

sábado, 26 de junho de 2010

Primeira partida dos oitavos- Uruguai - Coreia Do Sul

É já hoje que se vai dar início aos oitavo de final do Mundial 2010, vão estar frente a frente Uruguai (primeiro classificado do Grupo A) e Coreia do Sul (segunda classificada do Grupo B). Sul americanos contra asiáticos promete ser uma partida interessante.

Vão estar no relvado duas equipas com estilos de jogo bastantes diferentes, uma Coreia do Sul "mansinha" que aposta sobretudo na velocidade dos seus atacantes, contra um Uruguai que joga um futebol tipicamente sul americano mais aguerrido com mais intensidade.

Os Uruguaios são favoritos pela excelente fase de grupos que fizeram, sem derrotas e golos sofridos, e pela qualidade técnica de alguns jogadores que podem fazer a diferença como o inevitável Forlán e o seu companheiro de ataque Luis Suárez. Contam ainda com homens como Álvaro Pereira, Diego Lugano e Edison Cavani que tem feito excelentes exibições. As situações de bola parada podem ser uma excelente mais valia para os sul americanos já que estes têm bons cabeceadores ao contrário da Coreia que é fraca no jogo aéreo.

Os sul coreanos par além desse handicap no jogo aéreo têm um meio campo demasiado "leve" que fisicamente perde muito para o dos uruguaios, assim a estratégia utilizada são os passes longos para as alas (onde estão jogadores muito rápidos) para depois haver um centro e o jogador do meio tentar finalizar. Defensivamente a equipa não é muito forte e alguns dos jogadores do onze inicial são ainda algo inexperientes nestes grandes jogos,já que muito deles ainda jogam na Ásia. De destacar a estrela da equipa Park Ji-Sung que joga no Manchester e é a grande mais valia desta Coreia.

Jabulani, A Incrível

Jabulani, é assim o nome da bola deste Mundial 2010. Eu pedia uma pequena reflecção para este nome é que quando o ouço a primeira coisa que me apetece fazer é rir, parece que estamos a insultar alguém-"Já não gosto de ti seu grandessíssimo Jabulani"-

Isto das bolas terem vida própria em cada mundial até me tinha passado ao lado, até que neste mundial nasce uma Jabulani, atrevo-me a dizer que durante este mês de futebol as minhas atenções vão estar mais centradas na Jabulani do que no Mundial. Portanto pensado bem até se pode dizer que foi uma excelente jogada de marketing da Adidas, já que devia ser obrigatório toda agente comprar uma Jabulani só pelo simples facto de poder afirmar que tem uma Jabulani. Eu infelizmente não a comprei porque todos os meus amigos que costumam jogar a guarda-redes disseram que não gostavam nada dela porque fazia demasiados efeitos, é uma desilusão porque eu pensava que apenas os guarda-redes de alto nível é que se queixavam.

Queria por último lembrar ou informar sobre uma curiosidade, eu tenho familiares brasileiros e há uma palavra chamada "jaburu" que significa feio, quando pronuncio Jabulani lembro-me sempre dessa palavra e ponho-me a pensar, qual é que seria o nome mais bonito para tratar a bola? mas depois chego a conclusão que ambos os nomes são feios e por isso fico na mesma.

Depois de já ter feito os meus sinceros elogios à Adidas queria apenas referir que escolher apenas onze cores diferente para a bola foi muito simples, pois eu só distingo praí uma três, assim se tivessem optado por encher a bola com cinquenta cores diferentes talvez eu conseguisse distinguir umas onze.

terça-feira, 22 de junho de 2010

África do Sul - França 2-1 O jogo das despedidas

Jogou-se esta tarde o último jogo do Mundial para a França e a África do Sul. Os sul africanos venceram e despediram-se da melhor maneira contrastando com os franceses que fizeram um mundial para esquecer.

Foi possível ver um jogo inteiramente dominado pela África do Sul no qual o golo da França foi um mero golpe de sorte. O resultado apenas peca por escasso, e se a África do Sul tivesse concretizado as várias oportunidades que criou podia muito bem estar agora em festa por ter conseguido o milagre de passar aos oitavos de final. Temos também de ver que aos 27 minutos Gurcuff levou vermelho directo e assim condicionou muito o jogo francês.

Para a França a ilação positiva a tirar deste jogo é que pelo menos marcou um golo e não teve a humilhante estatística de 0 golos marcados.

De destacar nesta equipa sul africana o até então desconhecido Tshabalala, um jogador com um excelente pé africano que foi o grande motor e dinamizador do ataque da equipa sul africana nesta competição.

Uruguai - México 1-0

No jogo desta tarde a equipa Uruguaia bateu o México por 1-0, com o golo solitário a ser marcado pelo ponta de lança Luís Suárez.

O objectivo das duas equipas era confirmar o apuramento e tentar fugir a um confronto com a Argentina nos oitavos de final, por isso este não ia ser um acordo de cavalheiros mas sim um jogo onde se jogaria para vencer de ambos os lados.

Mas durante a maior parte da partida vimos um ascendente Uruguaio cujo único pecado foi não ter conseguido dilatar a vantagem pois teve oportunidades para isso. O México também teve alguns lances de perigo mas foi claramente inferior ao Uruguai.

Foi uma partida interessante que mostrou que este Uruguai está em grande forma e que poderá causar algumas surpresas neste mundial, nos oitavos o adversário é a Coreia, que parece claramente acessível, a partir daí tudo pode acontecer.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

México-França (2-0)

No último embate do dia os Franceses sofreram uma inesperada derrota perante a equipa Mexicana. Com esta derrota a qualificação para os oitavos de final é quase uma miragem para a equipa de Domenech, bastando ao Uruguai e ao México empatarem na última jornada e assim seguirem ambos para a próxima fase.

Quanto ao jogo propriamente dito a França era a favorita, mas foram os mexicanos que tiveram as oportunidades mais perigosas numa primeira parte repartida e pouco emocionante.

Na segunda parte a França surgiu mais atrevida e dominante, mas o prodígio J.Hernandez entrou na equipa mexicana e aos 64 minutos no limite do fora de jogo marcou um bom golo. Os franceses acusaram o golo sofrido e aos 79 minutos na sequência de um penalti muito bem tirado por Barrera, Blanco não perdoou e fez o 2-0. J.Hernandez foi eleito pela FIFA como o melhor em campo.

A França fez um jogo fraco mas o 2-0 final é pesado para o que se passou durante toda a partida.

Uruguai-África do Sul (3-0)

Num interessante jogo de futebol o Uruguai bateu por 3-0 a África do Sul e ficou num excelente caminho para passar aos oitavos de final, por sua vez os Sul Africanos hipotecaram grande parte das suas hipóteses de se apurarem para os oitavos (apesar de ainda ser possível).

Foi uma vitória justa de um Uruguai que dominou grande parte do encontro, contra uma África do Sul muito pouco inspirada ( e com falta de qualidade) que criou pouquíssimas oportunidades. Forlán mostrou ser um jogador de outra categoria, assinando dois golos e prometendo fazer muito mais durante o resto do campeonato do mundo.

Um jogo com 3 golos pode ser bom pronúncio para esta segunda jornada, que se não for diferente da primeira vai desiludir muita gente.

Ainda quanto a este jogo, Forlán foi eleito pela FIFA melhor jogador em campo.

domingo, 13 de junho de 2010

As duvidas de Queiroz

Neste momento as dúvidas já devem estar desfeitas para Queiroz, mas continuam a persistir na cabeça dos portugueses que seguem a selecção.Qual o onze que irá defrontar a Costa do Marfim?

Em relação a nove dos onze titulares não há grandes duvidas-Eduardo, Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Pedro Mendes, Raul Meireles, Deco, Ronaldo e Liedson. As duas grandes dúvidas são Duda ou Coentrão e Simão ou Danny. Se fosse eu o treinador (infelizmente não sou) não iria haver dúvida nenhuma, Coentrão e Danny seriam titularíssimos.

Duda foi uma adaptação que nunca me convenceu, à falta de defesas esquerdos de qualidade sempre fui a favor de uma adaptação de Miguel ou de um recuo de Veloso (pois esta posição não lhe é estranha), mas a partir do momento em que Coentrão fez esta excelente época passou a ser o meu favorito para ser o defesa defesa esquerdo da selecção. Duda é um jogador razoável que não acrescenta nada à equipa, não é rápido, não desequilibra e é mediano a defender. Coentrão é um jogador que é uma mais valia para a selecção, pois acrescenta qualidade ao onze, é rápido, desequilibrador e está numa fase de grande confiança graças ao titulo de campeão o que faz dele um jogador que não tem medo de nenhum adversário, é verdade que lhe falta evoluir defensivamente mas com Jesus cresceu muito nesse aspecto e no aspecto táctico e além disso a sua grande velocidade é importante quando enfrentarmos extremos rápidos.

No ataque, Simão tem estado muito abaixo das expectativas, a nível de clubes apesar da conquista da Liga Europa a sua época não foi nada de especial e nestes últimos particulares também não mostrou qualidade para entrar no onze, nota-se quando joga que a sua confiança está muito em baixo. É um jogador que quando joga contra grandes equipas pela selecção parece que se esconde do jogo, e quando recebe a bola não vai par cima do adversário causando muitos poucos desequilíbrios. Só o vejo a destacar-se quando Portugal joga contra selecções de qualidade limitada. Por seu lado Danny respira confiança, aproveitou muito bem a lesão de Nani e foi o melhor jogador contra Moçambique, mas a sua mais valia está muito para além deste jogo, é um jogador muito rápido desequilibra muito bem e é bastante móvel, sendo muito importante para juntamente com Liedson e Ronaldo criar uma frente de ataque muito móvel sempre pronta a baralhar os defesas. Temos de ver também que a época na Rússia começou à pouco tempo e Danny em sido decisivo nas vitórias do Zenit, e foi possível ver no jogo com Moçambique que Danny estava muito bem fisicamente correndo os 90 minutos.

Com Danny e Coentrão no onze, Portugal tinha duas mais valias, mas só Queiroz decidirá sobre isso.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

África do Sul-México (1-1)

Depois de muita expectativa finalmente começou o Mundial, e começou da melhor maneira com a selecção anfitriã e o México a realizarem um bom jogo de futebol. Foi um jogo bastante aberto e agradável de se ver, o México foi mais equipa durante a maioria da partida mas os sul africanos não se deixaram intimidar e realizar um jogo razoável.

Os primeiros 20 minutos foram de domínio total mexicano, onde o trio de ataque bastante móvel constituído por Carlos Vela, Guillermo Franco e Giovani dos Santos (o jogador mais perigoso) causou bastantes complicações à defesa sul africana, culminando em duas oportunidades perigosas por intermédio de Giovani dos Santos. O meio campo sul africano não tinha bola e ia abusando por do jogo directo e ineficaz para os jogadores mais avançados.

A partir daí os sul africanos melhoraram, o seu meio campo passou a ter mais bola e os passes passaram a ser mais curtos (e mais eficazes) criando assim a oportunidade para Piennar, Tshabalala e Mphela aparecerem mais no jogo e criarem alguns lances interessantes. Mesmo assim faltava gente na área sul africana e os bons lances criados pelos jogadores da frente estavam a ser inconsequentes.

À meia hora os mexicanos retomaram outra vez o domínio do jogo (sempre graças ao seu tridente ofensivo) e Guillermo Franco teve uma grande oportunidade. A primeira parte acaba com os sul africanos a pressionarem e a conquistarem vários cantos.

Na segunda parte depois de 10 minutos equilibrados, num contra ataque rápido e simples Tshabalala faz um grande remate, e marca o primeiro golo deste Mundial. Os mexicanos tentaram tomar as rédeas da partida mas foram os sul africanos no contra ataque que criaram as melhores oportunidades. Javier Aguirre decidiu apostar em Blanco e Hernandez para o ataque mas foi Rafa Marquez que aos 79 minutos marcou o golo do empate. Aos 89 minutos todo o Estádio ia indo a abaixo quando Mphela de ângulo apertado atirou a bola ao poste.

Uma primeira parte com ascendente do México uma segunda parte mais equilibrada mas com as melhores oportunidades a surgirem para a África do Sul. O México foi um pouco melhor mas o empate não é um resultado injusto.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A pouca importância da fase de qualificação

Quando é hora de falar em favoritos, um dos aspectos que se utiliza para fundamentar as previsões é a boa ou má fase de qualificação. Eu não diria que a qualificação tem uma importância nula, mas para mim ela não passa de um factor meramente estatístico.

Falo nisto pois existe grande desconfiança em relação a Portugal à Argentina e à França devido ás suas atribuladas qualificações.

Em primeiro lugar temos de ver que a qualificação se joga durante dois anos, por isso está sujeita a vários factores. Os jogadores concentram-se dois ou três dias antes dos jogos, que geralmente são dois num espaço de três ou quatro dias, sendo que a jornada seguinte é vários meses depois. Isto faz com que apenas estejam juntos cerca de uma semana de vários em vários meses, o que resulta em rotinas de fraca qualidade ou nulas. Muitas vezes alguns jogadores estão lesionados, contribuindo para a perda das tais (poucas) rotinas e desfalcando a selecção (quanto mais espaçados são os jogos mais se sente a falta dos lesionados). E temos de ver sempre a forma do jogador no momento das partidas de qualificação, pois como estas são muito espaçados e levam muito tempo (os tais 2 anos) os grandes jogadores podem muito bem não estar na melhor forma no momento em que vão representar as selecções (enquanto num campeonato têm vários jogos e acabam sempre por chegar ao momento de forma ideal). Agora temos de pensar que estes factores também influenciam os nossos adversários para bem ou para mal, e por isso podem acontecer vários desfechos.

Para preparar o mundial os jogadores concentram-se cerca de um mês antes e por isso podem criar boas rotinas, o treinador tem tempo para pôr as suas ideias em prática, são feitos vários amigáveis e os jogadores tem tempo para aumentar, manter ou recuperar a forma que exibiram durante a época, além disso há tempo para lidar com as lesões (à excepção das graves). Assim o que pode ter sido uma qualificação atribulada é completamente transfigurado com uma boa preparação, ou o que foi uma grande qualificação pode não ser sinónimo de superioridade pois a preparação pode ser pior à das outras selecções.

Quando Portugal foi ao Mundial 2002 fez uma excelente qualificação e não passou da fase de grupos do Mundial, o Brasil esteve em risco de não ir (utilizou mais de 40 jogadores durante a qualificação) e acabou o Mundial como campeão.

Por isso acredito que os grandes factores de favoritismo são a qualidade dos jogadores, a pressão que eles sentirão por representar a selecção num mundial e a qualidade do trabalho que é feito durante o mês de concentração antes do mundial.