segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Outra vez a Bósnia!


Passaram 2 anos, a competição mudou mas o adversário é o mesmo, Portugal volta a encontrar a Bósnia num playoff.

Quando soube dos possíveis adversários a Bósnia era o que mais temia, desde que jogaram contra nós que ando de olho nesta selecção. Os resultados têm sido quase sempre positivos, com vários golos e um futebol bastante interessante; quem não se lembra da luta até ao último minuto entre bósnios e franceses pelo primeiro lugar do grupo? Apesar do 2ºlugar a equipa balcânica foi a mais concretizadora do grupo e o ataque é sem dúvida a sua grande arma.

Há vários jogadores interessantes no ataque Bósnio desde Pjanic a Misimoovic, mas Dzeko merece todo o protagonismo, é sem dúvida o homem da diferença nesta equipa, um extraordinário ponta de lança (para mim dos melhores do mundo) com características bastante variadas: excelente no jogo aéreo, tem uma completude física invejável que lhe permite "aguentar" uma defesa inteira todo o jogo, ao mesmo tempo é dotado de boa técnica (o golo contra a França é um excelente exemplo) desenvencilhando-se perfeitamente em lance e 1 para 1, e é exímio em conseguir espaço para os médios que vêm de trás.

Não é só a qualidade dos homens da frente que devemos temer, esta selecção tem outros factores a seu favor. É um país novo sem nenhuma participação numa grande competição futebolística, há dois anos esteve quase lá e desta vez de certeza que não irá querer morrer na praia outra vez, portanto é provável que enfrentemos uma Bósnia com níveis motivacionais de 1000%; o estádio e o ambiente também não ajudarão nada (apesar de neste capitulo Portugal há 2 anos ter passado no teste) é provável que a nossa selecção vá jogar num "batatal" apoiado por milhares de Bósnios barulhentos e eufóricos- para nosso bem a primeira mão é fora. Quero ainda ressalvar o factor experiência, há dois anos a equipa dos Balcãs era algo jovem, dois anos depois está mais madura, os seus principais elementos adquiriram bastante experiência (Dzeko e Pjanic principalmente) e as dinâmicas estão mais consolidadas, o facto deste ser o segundo playoff seguido é também bastante vantajoso pois na decisão de há 2 anos tudo era novo para os jogadores bósnios havia uma grande inexperiência por nunca terem presenciado uma decisão daquelas, 2 anos depois já passado o "choque inicial" é normal que já não haja aquela pressão do desconhecido.

É óbvio que esta selecção tem várias fragilidades que vão desde falta de homogeneidade do 11 (provocada pela pouca qualidade dos jogadores mais defensivos) há ainda pouca experiência em momentos decisivos (apesar de como falei estar melhor), e Portugal é claramente favorito.Só temos de jogar como fizemos em vários momentos da qualificação e não há lugar para jogos como o da Dinamarca pois nesse caso todos estes factores pró Bósnia poderão causar muitos problemas.


P.S-Por estarmos numa altura em que a competição clubística está ao rubro, é talvez um pouco fora de tempo fazer um post sobre a selecção, mas este era um assunto sobre o qual tinha bastante vontade de reflectir e por motivos de tempo só me foi possível fazê-lo agora.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Paragem do Campeonato, boa ou má?

Depois da selecção outro fim de semana ocupado, desta vez a competição foi a Taça de Portugal. Tenho visto várias críticas a esta opção de ficarmos 2 fins de semana sem liga, eu próprio já me estive a questionar se é vantajoso ou não.

Explicam os críticos que em nenhum outro campeonato europeu se fica tanto tempo sem liga (excepção feita ás paragens forçadas devido às condições climatéricas), argumentam que financeiramente é prejudicial para as equipas do principal escalão. e dizem que as pessoas querem é ver "bola a sério" e não jogos contra equipas de escalões inferiores onde se roda mais de metade da equipa.

Tudo isto é verdade, no entanto a outra face da moeda é bastante positiva e compensadora. A Taça é uma competição histórica e numa fase em que ainda estão várias equipas em prova, entre elas quase todas as principais ( 1º e 2º escalão), é justo que a competição possa ter um fim de semana só para ela. As equipas locais têm um dia de festa, com os seus (pequenos) estádios a abarrotar e uma receita que vale para o resto da época; os clubes dos principais escalões não precisam de se preocupar em mudar a equipa (há tanto tempo sem jogar os jogadores estão tudo menos cansados) e as 4 equipas "europeias" podem preparar os jogos europeus com calma e descansar os melhores.

Como não é algo frequente durante a época, ter a Taça ao fim de semana dignifica a competição e faz bem ao nosso futebol.

domingo, 16 de outubro de 2011

O problema dos árbitros portugueses


Criticar o árbitro! Acto cometido por 99% dos portugueses, antes durante ou depois da partida é uma acção que está enraizada no nosso futebol.Faz parte de todas as conversas de café discutir se aquilo era penalty ou se o jogador x foi bem expulso, é algo tipicamente português.

Eu, como orgulhoso português com uma paixão gigante pelo meu clube, também "fervo" e muitas vezes crítico irreflectidamente a arbitragem, no entanto depois da exaltação me passar gosto de analisar as coisas a frio. Depois de várias épocas a olhar para a actuação dos árbitros em Portugal cheguei a uma brilhante conclusão, a arbitragem portuguesa é...má.

O problema dos nossos árbitros não é errarem em lances chave da partida-desde o penalty que ficou por marcar, ao golo que foi em fora de jogo-pois nesse capítulo se formos a Espanha, Inglaterra ou Alemanha são cometidos os mesmos erros. O árbitro é humano e em centenas de decisões durante o jogo é normal que falhe algumas.

A minha critica vai no sentido dos grandes "hábitos" dos árbitros portugueses: apitarem demasiado (muito mesmo!) e passarem a mostrar cartões, depois de um erro crasso há sempre a mentalidade de se aplicar a teoria da compensação para as contas ficarem "ajustadas", e há sempre o estigma de se apitar contra os grandes.

A questão das demasiadas interrupções e cartões é para mim a mais irritante, não há nenhuma necessidade de todo o contacto físico ser falta, não é por apitar centenas de "faltinhas" durante o jogo que o senhor do apito vai impor mais respeito, nem é por amarelar grande parte dos jogadores que ele vai-se tornar melhor árbitro. Pelo contrário, a intensidade do jogo desce consideravelmente prejudicando-se bastante a qualidade do mesmo -e por consequência a do campeonato- com os jogadores entrar neste "jogo" caindo no chão ao mínimo toque e recorrendo várias vezes a simulações.

A teoria da compensação é algo que parece muito enraizado na mentalidade dos nossos árbitros, depois de um grande erro ou decisão controversa, os senhores do apito parece que abandonam a coerência das decisões e criam um jogo artificial onde o que conta é compensar a equipa prejudicada (ou supostamente prejudicada) em vez de se aplicarem correctamente as decisões- dos problemas que eu apontei este é aquele cuja generalização é menor, há árbitros que conseguem manter a coerência independentemente das circunstâncias.

Quanto há vantagem que os grandes têm em relação aos árbitros, este é daqueles temas muito pouco politicamente correctos, mas a verdade é que quando o jogo começa a influência do árbitro não é de 50% para cada equipa mas sim 55% ou 60% para os grandes. Isto não se verifica no penalty mal assinalado ou no golo mal anulado, é em decisões muito mais simples desde faltas a meio campo, amarelos forçados ou perdão dos mesmo, simulações que dão em falta, e muitas outras pequenas infracções que se vê verifica esta dualidade de critérios. No conjunto de 90 minutos de jogo e de 30 jogos do campeonato, está aqui uma excelente vantagem que os grandes aproveitam.

Como um excelente exemplo de quase tudo o que aqui apontei gostava de lembrar o Guimarães-Sporting da última jornada. Depois de Rinaudo ter sido expulso de forma muito exagerada- as tais expulsões que só acontecem em portugal- o senhor Bruno Paixão decidiu compensar os leões e passou o resto do jogo a assinalar faltinhas a meio campo e a amarelar os jogadores do vitória, tornando o jogo em algo muito aborrecido com os jogadores a passarem mais tempo no chão do que a jogar.

O meu sonho era um dia ver a arbitragem portuguesa equiparar-se à inglesa- de longe a melhor do mundo- porque quando a arbitragem melhorar nestes aspectos a nossa liga irá dar um salto qualitativo gigante.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A época do equilíbrio

Apesar do termo "3 grandes", tem sido raro encontrar um campeonato dividido a 3 até ao final, ou porque uns estão demasiado fortes e outros demasiado fracos, ou porque uns jogam com 10 e outros com 12, a verdade é que campeonatos equilíbradissimos foram sempre uma excepção na história.

Este ano é possível vislumbrar ao fundo do túnel uma disputa renhida entre os 3 mais poderosos do futebol português, é certo que nem 1/4 do campeonato foi jogado mas as previsões fazem-se com base em factos sendo um facto que Benfica e Sporting estão melhores este ano e que a diferença é apenas de 3 pontos- nas últimas épocas o Sporting tem-se habituado a diferenças muito superiores.

O Porto deixou de ser o bicho papão que amedrontava todos os adversários, a qualidade do seu futebol baixou -principalmente na vertente de controlo do jogo- e com isso aquele estigma de que quando entra em campo o Porto "mandão" vence de certeza o jogo, tem-se dissipado.

O Benfica por seu turno está a fazer o movimento inverso, a confiança está em alta e as sucessivas vitórias passam a pressão para o lado azul, complementado tudo isto -e como factor mais importante- as águias estão com um plantel muito mais diversificado e com um grau qualitativo bem superior ao da época passada -principalmente nas opções atacantes- o que mostra que a equipa de Jesus é perfeitamente capaz de ombrear com os dragões até Maio.

Como outsider surge o Sporting, apesar de se falar sempre numa luta a dois a equipa de Domingos está apenas a 3 pontos do 1º, e este está a mostrar uma equipa cada vez mais mecanizada e consistente. Sabendo que a qualidade do plantel está a anos luz ao da época passada, é bom para Benfica e Porto que comecem a preocupar-se um pouco mais com este Sporting -apenas para seu próprio bem.

Um Porto que tem Hulk ou Moutinho, um Benfica com mais soluções, e um Sporting com mais qualidade, são este os principais ingredientes desta época. O campeonato é que sai a ganhar e...que ganhe o melhor!


P.S-Não inclui o Braga neste post pois penso que os minhotos não conseguirão acompanhar este luta, por outro lado, será o ano de consolidação como o 4º melhor clube do pais.