sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um problema chamado Elias e Matias

Tem sido notório nos últimos jogos a aposta de Domingos em Matias e Elias no 11 inicial.

Tudo começou na partida frente ao Gil Vicente, devido à titularidade absoluta do brasileiro na Liga e ao excelente jogo do chileno na Europa foi experimentada a coexistência dos dois na equipa titular. Para não estragar o trio base do meio campo e aproveitando a face mais desequilibradora do chileno o treinador decidiu colocá-lo como extremo, o resultado desse encontro foi o melhor da época, no entanto, a exibição foi razoável tornando o resultado algo enganador, pois já vi o Sporting fazer exibições bem mais conseguidas esta época. Dentro dessa exibição razoável Matias e Elias nem foram dos que mais se destacaram, porém para quem não viu o jogo a grandeza do resultado dá ideia que a inclusão dos dois no 11 foi muito positiva.

Em primeiro lugar é de referir que a passagem do nº14 para extremo descaracteriza tacticamente a equipa, o 4-3-3 puro e bem oleado que tão boas exibições estava a dar perdeu a sua essência. O segredo deste novo Sporting está no pressing, a equipa tem dominado os jogos com uma pressão que começa nos 3 homens da frente e se alastra aos do meio campo, criando um bloco que não deixa o adversário sair a jogar (cuja consequência é a perda da bola), neste aspecto é muito importante a acção dos dois extremos rápidos e agressivos pois conseguem estar grande parte do jogo a pressionar os homens mais recuados. Comparando Carrillo com Matias vemos que o peruano é muito mais veloz e "mexido" que o chileno, e embora tenha poucas noções de recuperação e pressing a sua genica e velocidade são uma dor de cabeça constante para os homens que actuam mais atrás do terreno já que é comum ver o camisola 18 "chatear" constantemente o portador da bola.

Na vertente ofensiva surgem também alguns problemas, o chileno é intrinsecamente um médio atacante o centro do terreno é o seu habitat natural, por isso qualquer que seja a posição onde jogue inconscientemente ele acaba sempre por ir parar à zona central do campo. Este 4-3-3 é muito feito à base de desequilíbrios nas alas (o 2-1), onde é normal ver os laterais subirem na ala e procurarem o extremo para assim criarem maioria na lateral e conseguirem mais facilmente um desequilíbrio, se do lado esquerdo isto é feito na perfeição, no lado direito basta estar lá Matias para o J.Pereira ficar completamente desapoiado já que o médio em vez de abrir na ponta afunila-se para o meio, tornando os ataques apoiados na ala direita praticamente inexistentes.

Assim, a função criativa de Elias é um pouco ofuscada por Matigol ficando a equipa com 2 homens centrais a criar e sem ninguém a desequilibrar pela direita, o que eu vejo é a adaptação do chileno a extremo fazer descer o rendimento dele e o de Elias, a equipa fica com menor largura de jogo e este afunila muito mais, ou seja, são criados menos espaços no ataque.

A única solução para ambos coabitarem no 11 inicial é recuar Elias para médio defensivo (posição que pode perfeitamente fazer) colocando o camisola 14 como o homem mais criativo do meio campo. Domingos tem de perceber que ambos são óptimos jogadores (do melhor que o Sporting tem) mas só o conseguem mostrar jogando nas posições certas, e não forçando-os a jogarem em posições que não são suas, pois assim não é um mas são os dois que descem o seu rendimento- no caso do brasileiro está na posição certa mas é prejudicado pela posição errada do chileno.

sábado, 19 de novembro de 2011

Uma semana muito importante

Passadas tantas vitórias várias delas bastante complicadas este Sporting de D.Paciência tem agora dois desafios importantíssimos.

A recepção ao Braga vai permitir avaliar como está a equipa após o interregno para as selecções, será importante verificar se o pressing leonino continua nos níveis que estava (é sem dúvida a maior arma da equipa), já que com tanto tempo de paragem há algum risco da máquina ter enferrujado um pouco. No entanto, mais importante que a qualidade de exibição é a vitória, pois só ela permitirá a passagem à próxima eliminatória da Taça, uma competição que os leões querem ganhar, e manterá os níveis de confiança para o grande derby de Sábado.

Na Luz teremos o verdadeiro teste à equipa montada por D.Paciência, é verdade que faltam homens cruciais como Rinaudo um dos pilares do 11, Jeffren ou Izmailov que embora estejam de fora há bastante tempo seriam muito úteis, mas é nessa partida que o Sporting vai finalmente poder provar que está uma grande equipa equipa.Estou curioso para ver se Domingos vai alinhar com o 4-3-3 base com os dois extremos, ou se optará por jogar com Matias e Elias num 4-3-3 "coxo" jogando com um extremo puro de um lado e com um jogador mais central do outro, preferindo assim a posse de bola ao invés das transições rápidas e do jogo mais aberto. Eu jogaria com o 4-3-3 puro, pois é a táctica com que a equipa mais se identifica, sendo que a junção de Matias e Elias no 11 não potencia as qualidades de ambos e afunila demasiado o ataque, um jogador que encaixaria bem num 4-3-3 para este jogo era Izmailov, já que permite equilibrar a equipa ao mesmo tempo que consegue fazer a função de extremo e dar largura ao ataque leonino.

Quanto à questão do título muito se tem falado que depois de dia 26 vai-se clarificar se o Sporting é ou não um verdadeiro candidato, não concordo de maneira nenhuma com essa teoria, a equipa verde e branca já mostrou que tem consistência suficiente para enfrentar todo o campeonato, e mesmo que perca o jogo fica somente a 4 pontos da liderança quando ainda há muito campeonato para jogar.

Será a semana mais importante para o Sporting até ao momento, se passar nos testes provará aos cépticos e aos detractores que está mesmo de volta o GRANDE Sporting.

Análise ao actual momento leonino-Por I.Sima

Esta época marca uma mudança de paradigma pelos lados de Alvalade, Domingos Paciência que mostrou o seu talento para liderar clubes importantes, tanto no Braga como neste momento no Sporting, é o reforço mais significativo do “novo” Sporting. A nova faceta do leão acentou em várias contratações e numa grande aposta em jogadores estrangeiros, tal como Benfica e Porto fazem já há muitos anos.
A revolução no plantel foi claramente marcada pelos maus resultados da equipa nos últimos anos,em que os verdes e brancos só conseguiram levantar o troféu de campeões de portugal uma única vez, em 2001/02, e a taça de portugal por 3 vezes em 2001/02, 2006/07 e 2007/08.
Acerca do plantel e dos novos jogadores que chegaram a Alvalade, destaque principal para o defesa esquerdo Emiliano Insúa, o ponta de lança Ricky Wolfswinkel(pois os sportinguistas estavam a precisar dum ponta de lança matador e forte no duelo aéreo, ao contrário de Postiga que era mais um avançado movel), e claro o homem do momento , Diego Capel. O extremo esquerdo espanhol é claramente um dos motores da equipa, consegue leva-la ás costas e proporcionar alegria aos adeptos, isto graças ao seu estilo de jogo e à sua explosão quando tem a bola colada ao pé.
Não tirando mérito ao sector médio em que o Schaars e o Elias proporcionam grande tranquilidade ao meio campo, apoiando e pressionando alto, o que faz com que Sporting ganhe a bola rapidamente e assim tenha mais posse. A recém perda do trinco," patrão" do meio campo e o principal destruidor dos ataques das equipas adversárias Rinaudo, fez com que os leões tenham ficado sem um grande pilar do 11, pois André Santos não tem a mesma capacidade de defender e de destruir as jogadas como o argentino, embora tenha outros atributos ofensivos, mas para isso estão lá Matias e Elias.
A abertura de mercado está quase, em janeiro, portanto veremos se a direcção leonina vai investir num meio campista (para colmatar as perdas que a equipa sofreu), ou na compra de um defesa central,um dos sectores mais incostante da equipa de Domingos até ao momento.


Post feito por I.Sima

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Momento de forma no Dragão

A comitiva chega do Chipre e é recebida com insultos, 4 dias depois empata a 0 em Olhão, e há jogos decisivos da taça e da Champions a caminho. É esta a realidade no Dragão, algo nunca visto nos últimos anos que foram marcados por títulos, grandes exibições e um elevado grau de confiança- contrastando com o que se passava no Sul.

Nada dura para sempre e azuis e brancos algum dia iriam ter uma má fase (como já tiveram muitas outras). Esta fase já começou há vários jogos e muito mais que os resultados menos conseguidos as exibições é que têm sido preocupantes, de uma falta de qualidade e agressividade enorme, sendo esse o grande problema pois de jogo para jogo a equipa em vez de melhorar tem piorado, causando desconfiança em relação ao futuro- já que não se vislumbra uma luz ao fundo do túnel a nível exibicional.

Neste aspecto penso que a culpa tem de ser dividida entre 4 intervenientes: Vítor Pereira não está a conseguir manter o excelente trabalho de Villas Boas, pois se o 11 quase não mudou os resultado e a qualidade exibicional mudaram bastante (para pior obviamente), os jogadores parece que passaram a sofrer de amnésia nas pernas pois homens como Hulk ou A.Pereira (e muitos outros) perderam grande parte da sua capacidade desequilibradora que fazia a diferença e tornava o Porto numa autêntica máquina, a direcção preferiu investir (muitos) milhões em posições que estavam bem ocupadas em vez de fazer um bom investimento num grande ponta de lança, e os emblemas da 2ºcicular melhoraram muito o desempenho em relação à última época o que tem criado grande pressão ao Porto.

No entanto este "Porto em crise" está em 1º lugar no campeonato, a taça de Portugal e da Liga continuam a ser uma possibilidade e apesar dos maus resultados o apuramento para os oitavos de final da Champions também só depende dos Dragões, portanto se a equipa voltar a jogar à Porto ainda pode alcançar todos os objectivos da época.

P.S-Num próximo post desenvolverei com mais pormenor estes 4 factores que têm causado o mau momento da equipa

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Arbitragem Portuguesa, Feirense-Sporting


Começo este post por dizer que sou sportinguista (daqueles em que quase todo o coração está ocupado pelo amor ao clube) mas acima de tudo sou um apaixonado do futebol, esse desporto belo, imprevisível que não está exclusivamente preso à táctica proporcionado-nos momentos fantásticos.

Tal como nos outros desportos o futebol é susceptível a injustiças daí existirem os árbitros, esses senhores que podem ser chamados de reguladores dos encontros cuja função é zelar pela justiça do mesmo. No entanto para que a beleza e a qualidade de qualquer partida venham ao de cima é fulcral o árbitro não mexer na essência do jogo, ou seja, há que deixar a partida fluir por si própria e só intervir nos lances de estrita necessidade.

Por lances de estrita necessidade entende-se aqueles em que não há qualquer margem para outra decisão, tudo o resto cuja subjectividade é grande o árbitro não devia intervir, assim o jogo andaria tranquilamente ao seu próprio ritmo sem centenas de paragenzinhas forçadas. Uma comparação que não me canso de fazer é entre o nosso futebol e o inglês, enquanto cá a mentalidade instituída é a de que o bom árbitro é aquele que apita tudo, por terras de sua majestade ele é um figurante que apenas actua quando é realmente necessário, consequência: por cá temos tempos úteis de jogo miseráveis, jogadores que gostam mais de simular do que jogar, e partidas que acabam aos 75 minutos já que os últimos 15 são usados para se perder tempo e ganhar faltas; lá temos golos e muitas oportunidades em cada partida, e todos os jogos são verdadeiramente disputados até ao último minuto.

Posto isto, queria falar do árbitro do encontro entre Feirense e Sporting, existiram 3 lances muito polémicos de subjectividade máxima o juiz podia ter decidido para um lado ou para o outro, acabou o Sporting por beneficiar de duas decisões a seu favor enquanto o Feirense teve uma, para mim tinha sido os 3 a favor da equipa nortenha. No primeiro caso Elias é tocado, porém não foi suficientemente desequilibrado para cair de forma tão espectacular nem para se marcar uma decisão tão importante como a grande penalidade; na segunda decisão penso que o amarelo é exagerado pois é o amarelo que vale a expulsão, se fosse para levar o primeiro então concordava com a admoestação, agora aquela falta fazer com que o jogador saia do campo e a sua equipa jogue com dez é demasiado punitivo; por último o penalty sobre Schaars, o holandês vendo que está na área mal recebe a bola atira-se para o chão sendo que na queda bate contra o jogador do Feirense, é um lance perfeitamente normal no qual o árbitro deveria ter deixado jogar.

Qualquer que fosse a decisão a tomar André Gralha iria ser sempre criticado (em Portugal decidir é sinónimo de uma chuva de criticas), a opção recaiu sobre o apito fácil, a intensidade do jogo e a qualidade futebolística ficaram a perder. O meu sonho é e será ver os árbitros portugueses optaram pela via do "deixa jogar", a intensidade e qualidade da partida sairão muito beneficiadas, já para não falar do tempo útil muito maior e dos "experts" da simulação que abdicarão do teatro rapidamente.

Os adeptos leoninos fazem a sua parte alegando que o único erro do juiz foi não marcar o penalty sobre Elias, os outros adversários também já tiveram a sua dose de decisões a favor (a grande penalidade a favor dos dragões na 1º jornada é um exemplo flagrante) e cada um defende o seu clube, se os árbitros forem coerentes então não há problema nenhum, o problema é serem-no.

P.S-O jogo realizou-se há mais de uma semana e este era um assunto sobre o qual queria mesmo reflectir, devido á falta de tempo só me foi possível fazê-lo agora.