quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Eleições na Luz

 Depois do passo em falso na Champions o emblema da Luz joga sexta feira uma cartada muito importante para o seu futuro, entre Vieira e Rangel um destes será o próximo presidente do Benfica..

 Como bom principio democrático a diferença de opiniões é sempre bem vinda - desde que levada de forma equilibrada -, e nesse aspecto a candidatura de Rangel é bastante saudável para o clube. Independentemente do vencedor os benfiquistas têm à sua frente duas propostas com diferenças bem vincadas, entre a continuidade ou a renovação os sócios têm a oportunidade de votar naquilo que realmente acham melhor para o emblema. Seria negativo se os votantes só pudessem escolher entre Vieira e o voto em branco, ou entre Vieira e um qualquer candidato apenas há procura de protagonismo.

 Vieira apresenta como trunfos eleitorais todo o trabalho de credibilização que fez no clube, tanto a nível financeiro, conseguindo corrigir grande parte dos muitos "buracos" que Vale e Azevedo deixou, como a nível desportivo (principalmente na vertente externa) uma vez que o nome "Benfica" voltou a ser conhecido na Europa, para isto muito contribuíram as vendas milionárias e as regulares participações na Champions -  terceira presença consecutiva -, e por outro lado todos os projectos que edificou, como a Fundação Benfica, ou a Benfica TV. Rangel é unanimemente conhecido como alguém com grande seriedade e sentido de responsabilidade, com grande paixão pelo Benfica, o seu maior objectivo será mudar drasticamente o topo da pirâmide encarnada muito criticada pela excessiva opacidade, com resultados financeiros, transferências e negócios que carecem de explicações, sem se saber ao certo qual o seu real impacto nas finanças do clube e dos seus intervenientes - direcção, empresários, empresas, etc. O pico da pirâmide tem um sistema politico "ditatorial", e esse é outro dos aspectos que o juiz quer alterar, trazendo mais democracia ás decisões do clube.

 Ambos concordam que o titulo nacional é algo prioritário para uma verdadeira aproximação ao rival do Norte, no entanto propõem diferentes caminhos para se chegar a esse destino. E se Vieira é o claro favorito, Rangel não pode de maneira nenhuma ser menosprezado, com a consequência de acontecer uma grande surpresa.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Um clube de "papagaios"


 Mais uma vez as coisas não andam bem pelo reino do Leão, os resultados vão de mal a pior, o treinador tarda em ser apresentado, e os homens fortes da direcção bateram com a porta, previsivelmente é sobre Godinho Lopes (GL) que têm recaído as críticas. O presidente da SAD nunca se livrou da forma polémica - mas legal - como foi eleito, não conseguiu os resultados desportivos pretendidos e já vai em dois técnicos demitidos.

 Não quero discutir se GL está ou não bem no cargo, pois há outro assunto que considero bem mais grave, a quantidade de "papagaios" que uma instituição como o Sporting Clube de Portugal tem. Quando o clube está bem o treinador é o melhor do mundo, e o presidente um líder supremo, quando os bons resultados começam a escassear dá-se uma metamorfose mediática e as críticas surgem de todos os cantos, feitas por "sportinguistas" de nome. O treinador passa a pior do mundo e o presidente a incompetente.

 Felizmente vivemos numa democracia onde a liberdade de expressão é um valor elementar, no entanto, não convém que esse valor seja usado de forma abusiva, e no Sporting é. Como é possível que antes das eleições todos os candidatos concordassem que o clube tinha de falar a uma só voz e um ano depois três dos derrotados - saudável excepção feita a Abrantes Mendes - venham constantemente à comunicação social criticar e apresentar propostas demagogas? Ou antigos dirigentes - que sabem perfeitamente a dificuldade de liderar o clube - aparecerem por vezes nos media criticando abertamente tudo o que está a ser feito sem apresentarem alguma alternativa credível. Há ainda o peculiar caso de Eduardo Barroso que como presidente da Assembleia Geral do clube, em vez de se preocupar exclusivamente com os assuntos da sua jurisdição, parece um candidato da oposição que semana após semana manda recadinhos à direcção.

 É aflitivo ouvir e ler "O Sporting precisa de estabilidade e não pode ter várias vozes constantemente a opinarem sobre o clube" de pessoas - que têm ou já tiveram ligação ao Sporting - completamente hipócritas que no parágrafo seguinte já estão a "tagarelar" sobre o que o clube devia ou não fazer. Por Alvalade "papagaios" há muitos e o seu chilrear é bastante incomodativo, contribuindo para a instabilidade crónica que afecta o emblema.

 Os constantes presidentes têm muita culpa no cartório, mas estes falsos sportinguistas deviam ser irradiados de qualquer ligação ao clube, porque mais importante que o seu próprio umbigo é uma instituição fundada em 1906 com mais de um século de história inesquecível e feitos magníficos.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CR7, Diferenças Entre o Clube e Selecção




 Na última Sexta a selecção nacional falhou o primeiro teste decisivo - o outro é apenas em 2013 - para se apurar tranquilamente para o Mundial 2014. Foi um desafio bastante equilibrado, a posse de bola e o comando do jogo foram inteiramente lusos no entanto faltou objectividade e definição dos ataques no último terço do campo russo. Os homens de Capello com a sua estratégia mega defensiva conseguiram controlar grande parte do encontro, e com uma atenção redobrada sobre a estrela portuguesa fizeram com que Ronaldo acabasse o jogo com um rendimento quase nulo, fruto de uma marcação fortíssima do qual o português nunca se conseguiu libertar.

 As equipas de topo que jogam em 4-3-3 (ou 4-2-3-1), costumam ter a sua estratégia montada para que os 4 homens mais atacantes sejam capazes de decidir a partida a qualquer momento, um dos grandes exemplos é o R.Madrid, com Ronaldo, Di Maria, Ozil e Benzema a comporem um quarteto demolidor; por mais qualidade táctica e defensiva que a equipa adversária tenha, é praticamente impossível estar 90 minutos a aguentar com o poder de fogo "blanco", e é esta a grande vantagem do extremo português na equipa madrilena. É impossível dedicar-lhe grande atenção especial porque existem muitos mais com que se preocupar, sob a pena de deixar o corredor oposto desprotegido para Di Maria, ou a zona central propícia aos passes de Ozil, deste modo se não é o capitão nacional a inventar situações é ele a usufruir das situações que os seus companheiros criaram.

 Na equipa de Bento falta um ponta de lança e um verdadeiro nº10, tornando muito mais fácil o trabalho dos defesas, em Luzhniki - como em vários outros encontros - o espaço deixado pela forte marcação a Ronaldo não foi aproveitado por nenhum dos seus colegas. Postiga não é um ponta de lança com capacidade para criar oportunidades sozinho - e os seus níveis de eficácia também não ajudam muito - ,Moutinho é um 8 de classe mundial  mas como 10 não se consegue assumir como o patrão do meio campo que recebe todo o jogo e o distribui pelo ataque, Nani apesar de ser um dos melhores extremos do mundo - e aquele que melhor aproveita os espaços que a marcação a Ronaldo cria - eclipsou desde que iniciou a época e os seus níveis de concentração e motivação estão muito abaixo do pretendido.

 Muito mais que criticar CR7 convém começar a olhar para a falta de opções - actuais e futuras - que a nossa selecção demonstra em locais do terreno cuja capacidade de fazer a diferença é essencial, vejo futuro em Nelson Oliveira e pouco mais.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Por Terras de Sua Majestade


 E pronto! Chegámos ao momento da época em que as qualificações substituem os campeonatos, tal como a selecções os clubes. Com mais de um quinto de época jogado é interessante verificar como anda a tabela classificativa nas principais ligas europeias. Fruto desta fase ainda inicial é difícil assumir quantos candidatos se mostrarão à altura destas longas travessias com perto de 40 paragens, apenas em Inglaterra os intervenientes do percurso estão claramente identificados, um mora em Londres, dois em Manchester - para efeitos da expectativa sobre quem serão os candidatos ao título a Liga Espanhola, pelos motivos que se sabem, não entra neste leque.

 Se no defeso era bastante previsível uma luta bicéfala pelo trono da Premier League, com 7 partidas efectuadas o Chelsea tem mostrado o porquê de mais uma vez o seu presidente ter gasto milhões em reforços. Di Mateo está a conseguir aliar  a consistência defensiva do final da época passada, com uma maior largura no campo. Os Blues defendem de forma eximia e têm um meio campo fortíssimo  - Óscar e (principalmente) Hazard vieram ajudar muito - funcionando como o coração de toda a máquina azul, principalmente na vertente atacante já que compensa de forma exemplar as debilidades dos pontas de lança do clube.

 O que os londrinos têm a menos os seus rivais possuem a mais, tanto o United como o City têm frentes de ataque fabulosas, ter Rooney e Van Persie, e Aguero e Dzeko na mesma equipa, inveja qualquer um; contudo para este ataque impressionante está uma defesa algo permissiva juntamente com um "miolo" do meio campo com algumas brechas, que por vezes desiquilibra o futebol dos dois gigantes ingleses.

 A palavra chave tem sido consistência - capacidade das equipas em cometerem poucos erros e serem objectivas - é com (ou sem) ela que o Chelsea ainda não perdeu pontos e que os Manchester Clubs  têm tido alguns acidentes de percurso. No entanto, com mais de 30 partidas para efectuar ainda muito vai acontecer, veremos quem conseguirá encontrar o melhor equilíbrio defesa/ataque.