sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A escolha de Guardiola



 A meio do seu ano sabático Guardiola tornou público qual o projeto que terá em mão na próxima época. "Calhou a fava" ao Bayern de Munique, o gigante alemão que é eterno candidato em todas as competições que participa. 

 Falava-se que em Inglaterra meio mundo queria o espanhol, e até alguns clubes italianos demonstraram o seu interesse. Sendo a liga que mais dinheiro movimenta, com uma competitividade de causar inveja a qualquer outro campeonato, a Premier League seria o destino mais provável do técnico. Chelsea e City estavam na pole position  para o receber, mas este surpreendeu tudo e todos ao aterrar num destino a milhares de quilómetros da ilha.

 O ex-treinador do Barcelona é 100% livre de escolher o seu destino e não deve explicações a ninguém, contudo para provar que é definitivamente um dos melhores treinadores do mundo e da história, e que no Barcelona não se limitou a ser um corpo presente numa equipa que joga sozinha de olhos fechados, podia ter escolhido um desafio mais difícil e aliciante.

 Inglaterra seria a paisagem perfeita para a glorificação do técnico. Tanto Chelsea como City tinham poder financeiro para dar ao espanhol o plantel que este quisesse, são gigantes à procura de uma afirmação e regularidade de títulos que o dinheiro ainda não conseguiu dar, e jogam num campeonato que semana após semana é acompanhado pelo mundo inteiro. Cocktail ideal para emergir um grande Guardiola, que teria de lidar com jogos complicado todas as jornadas (é por isto que a Premier League é a melhor liga do mundo) e uma pressão constante de todos os lados.

 Itália também seria uma opção interessante, o Calcio vive tempos difíceis com uma perda progressiva de estatuto entre as principais liga europeias, o treinador ajudaria muito a que este campeonato regressasse ao topo e teria o aliciante desafio de implementar o seu "tiki-taka" super ofensivo numa cultura futebolística que pratica o oposto. No Bayern, apesar de um Dortmund forte, não terá rival interno à altura, sendo a Champions o único lugar onde terá competição "a sério", é pouco para alguém com tanto potencial.

 Desafio e pressão, são as duas palavras chave que estão de mão dada com os magos do treino. A superação contínua de desafios aliada a uma forte capacidade de lidar com a pressão constante são duas provas que muito poucos conseguem ultrapassar - hoje em dia apenas um português e um escocês estão nesse nível. Guardiola podia ter arriscado e conseguido a glória eterna, mas acobardou-se...


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