terça-feira, 24 de abril de 2012

O caso Pereira Cristovão-conflito de interesses

 Envolvido no Caso Cardinal (ou Caso Pereira Cristovão) Paulo Pereira Cristovão (PPD) decidiu a quente suspender o seu mandato, tendo dias depois recuado na decisão, criando deste modo mais um exemplo desestabilizador para a direcção leonina. Sobre tudo isto há duas ilações de importante reflexão: a questão dos estatutos não preverem nenhuma suspensão de funções e a atitude de PPC.

 É um erro não estar nos estatutos a possibilidade de suspender funções, para uma situação como esta era o melhor a fazer já que permitia um meio termo entre ficar e demitir-se. Um pode ter várias razões e situações em que precisa de se afastar do clube durante um tempo, sem precisar chegar ao ponto extremo de abandoná-lo. Tendo esta possibilidade inscrita, os estatutos tornariam-se mais abrangentes e completos.

 Quanto à atitude de PPC foi nitidamente em benefício próprio e prejudicial para o clube. Quis manter-se em funções, causando a divisão entre os que apoiavam e declinavam esta sua opção, contribuindo para a polémica e a desestabilização no clube leonino. Por mais inocente que o vice-presidente seja, um clube que anda a negociar com potenciais investidores e é uma marca importante nacional e internacionalmente, perde grande credibilidade quando um dirigente seu é arguido num processo, e continua em funções como se nada tivesse acontecido. Não era assim tão difícil olhar para cima e lembrar-se que o actual presidente por algo muito menos polémico que nada tinha a ver com o clube demitiu-se das suas funções, para salvaguardar a imagem da instituição.

 Godinho Lopes devia ter afastado o seu vice por mais incómoda que a atitude pudesse ser.

O caso Pereira Cristovão-estranhos pormenores

 O Sporting pode orgulhar-se de ter passado sempre ao lado dos casos de corrupção que estalaram no futebol português. Mas como isto dos abusos de poder é algo intrínseco ao ser humano e não escolhe cor clubística, na última semana ficaram os leões com a batata, vendo um dirigente seu (PPC) associado a um caso de polícia.

 Este caso tem tanto de inesperado como de estranho, mas acima de tudo é bom que a verdade venha ao de cima, se isso prejudicar algum dirigente, clube ou árbitro, será o prémio justo para quem cometeu esta ilegalidade imperdoável. Contudo, pelos péssimos exemplos anteriores (muito maus mesmo) é provável que fiquemos só pelos arguidos e que daqui a uns tempos  o caso seja arquivado.

 Com culpados ou sem culpados, há estranhezas que saltam facilmente à vista: como é que alguém que ocupou altos cargos na PJ considerado um profissional de grande capacidade no meio, manda um empregado seu fazer um depósito sabendo que os bancos têm câmeras que visualizam tudo? Ou há aqui uma teoria da conspiração, ou PPC pecou por excesso de confiança, ou não programou bem o seu plano. Qualquer uma das teses é válida.

  E o "timing" em que o caso explodiu na imprensa? Tudo  se desenrolou em Dezembro, o Sporting vinha de uma fase péssima, e apenas em Abril quando as vitórias na Uefa e sobre o Benfica começavam a moralizar o clube, a matéria surge. Demasiada coincidência este "timing" bastante estratégico e (in)oportuno para tornar o assunto público.

 Resta-nos deixar o tempo passar e esperar que se faça justiça, independentemente das consequências.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Domingos versus Sá Pinto


 A troca de treinador trouxe muitas mudanças pelos ares de Alvalade, não interessa agora discutir os prós e os contras do sucedido, olhemos para o que de concreto e importante se alterou, a identidade de jogo da equipa..

 Domingos defendeu um estilo de jogo baseado numa pressão constante, com o objetivo de recuperar rapidamente a bola e soltar a velocidade do ataque, a identidade da equipa prendia-se com uma pressão relativamente alta e transições rápidas.

 Sá Pinto rege-se por princípios diferentes, vemos a equipa defender num bloco bem mais baixo que privilegia a posse quando se apodera da bola. É muito comum ultimamente, observar que apenas Wolfswinkel e Capel se posicionam na linha intermédia do campo para iniciarem a pressão, o resto da equipa defende na meio campo defensivo do Sporting.

 Qualquer uma das duas estratégias tem as suas potencialidades e dificuldades, que já foram expostas nos vários jogos da época, resta saber se o bloco baixo de Sá Pinto conseguirá finalizar com êxito o que a pressão alta de Domingos começou, e desse modo os troféus retornarem a Alvalade já esta época.