sábado, 9 de junho de 2012

A pseudo importância dos particulares



 Depois de festejarmos efusivamente a emotiva qualificação para o Euro 2012, veio a depressão e as frustrações véspera do início da grande prova. Os jogos particulares mostraram uma selecção desinspirada, com evidentes dificuldades no plano da finalização e bastantes erros na defesa, resumindo, viu-se uma equipa que parece não estar preparada para enfrentar colossos como Alemanha e Holanda.

 Se algumas das preocupações são legitimas, é também legitimo reflectir sobre a real importância dos jogos particulares. Estas partidas servem exclusivamente para dar minutos e definir as rotinas esquecidas por um grupo de jogadores que mal se vê durante a temporada, são importantes para o treinador avaliar posições que ainda não tenham o seu natural ocupante, e interessam para testar novas nuances ou sistemas tácticos. Os níveis motivacionais estão muito longe da competição à séria e as preocupações com lesões são evidentes e compreensíveis.

 Quando a chegarmos ao dia de amanhã tudo será diferente, a competição vai realmente começar e os jogadores entram num mundo à parte, o verdadeiro mundo futebolístico. Muitos mais que os resultados ou exibições dos amigáveis, aqui, os níveis motivacionais e a concentração estão no máximo, tanto a pressão como a concentração são dois factores importantíssimos para se ganhar vantagem, e essa só vai ser decidida nos pequenos pormenores. Por outro lado, esta teoria de que a selecção parte com a pressão de ter falhado nos particulares, é algo subjectiva, pois se os resultados tivessem sido outros, partiríamos com a pressão de justificar os excelentes jogos amigáveis.

 É bom lembrar casos como o Mundial 2002 onde o excesso de confiança deu lugar a um descalabro, ou o Euro 2004 cujos particulares com as equipas da prova redundaram em vários resultados negativos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário