Numa altura em que foram divulgados os nomes dos vinte e três jogadores que vão concorrer ao prémio Fifa de melhor jogador do mundo, é interessante debater se faz ou não sentido existir também um prémio Fifa para o melhor guarda redes do mundo.
Quer queiramos quer não o guarda redes é uma posição completamente diferente das outras dez, pode estar um jogo inteiro a apanhar frio e a olhar para o ar e numa fração de segundo ter de salvar a equipa com uma grande defesa, ou estar uma partida inteira a ser "bombardeado" sem poder fazer nada (para além de defender os remates); é uma posição que exige um treino próprio (por alguma razão todos os plantéis têm um treinador de guarda redes) e uma leitura diferente do jogo, uma vez que todas as intervenções destes "homens das luvas" têm de primar pela máxima eficácia, sob a pena do mínimo erro poder ditar um golo sofrido.
Olhando para os nomeados apenas Buffon, Casillas e Neuer figuram na lista, a verdade é que mesmo com excelentes guarda redes a espalhar magia por esses campos fora, esta posição está semrpe condenada a um papel secundário. Se o artista falhar um golo isolado ou uma finta no meio campo ninguém repara, se o guarda redes passa o jogo inteiro a evitar tudo o que é golo mas tem uma falha, esta fica memória de todos e as grandes defesas passam para segundo plano. Quase que podemos afirmar que dos jogadores de campo ficam as lembranças boas, dos guarda redes ficam as lembranças más.
Infelizmente não o vi atuar, mas Lev Yashin devia mesmo ser um extraterrestre para ser o único guarda redes da história a ser considerado melhor jogador do mundo (neste caso pela France Football). É um crime que Kahn, Buffon ou Casillas nunca tenham tido uma distinção individual a nível mundial, digna da sua classe. Por toda a ingratidão da posição que ocupam estes "guardiões de templos" mereceriam ter um prémio só para eles.
Se continuarmos como estamos, os anos passarão e os vencedores serão sempre os mesmo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário