O jogo desta Quarta Feira entre a seleção portuguesa e o Gabão teve mais polémica que futebol, não por erros de arbitragem ou um resultado escandaloso, simplesmente porque os jogadores portugueses fizeram uma viagem bastante longa para disputarem um encontro de carácter particular contra uma seleção de terceira categoria, "apenas" por dinheiro.
A semana foi rica nas críticas ao "oportunismo" da FPF, acusada de pensar apenas nas finanças em detrimento dos jogadores e da credibilidade de Portugal enquanto seleção. Resumidamente, os jogadores nacionais fizeram uma viagem de mais de dez mil quilómetros, abandonando os seus clubes, para defrontarem um país sem nenhuma expressão futebolística, num relvado que podia perfeitamente ser comparado a uma horta, empatando 2-2 e deixando a federação com oitocentos mil euros no bolso.
Acho um absurdo esta crítica gratuita aos responsáveis da nossa seleção, fala-se deste encontro como um negócio em que a FPF quis lucrar oitocentos mil euros como se de uma empresa privada se tratasse, mas todos esquecem que essa grande quantia monetária entrou nos cofres da equipa de todos nós. Quando falamos de camadas jovens, clubes profissionais e amadores, infra-estruturas futebolísticas, futebol feminino, futsal, futebol de praia, e claro a Seleção A, tudo isto tem custos e apoios que não caem do céu, já que vêm da FPF que obviamente precisa de maximizar e diversificar as receitas - particularmente na conjuntura económica que estamos a viver.
A Espanha foi "ganhar dinheiro" ao Panamá, a Argentina à Arábia Saudita, tal como o Brasil já tinha feito com o Gabão, são das seleções mais prestigiadas do mundo e aproveitam esse facto para sustentarem as suas finanças. O "efeito Cristiano Ronaldo" ajuda bastante à visibilidade nacional (aliando aos bons resultados e bom futebol que o mundo tem visto de Portugal), põe-nos no patamar da frente e não podemos desperdiçar isso.
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