terça-feira, 8 de novembro de 2011
Arbitragem Portuguesa, Feirense-Sporting
Começo este post por dizer que sou sportinguista (daqueles em que quase todo o coração está ocupado pelo amor ao clube) mas acima de tudo sou um apaixonado do futebol, esse desporto belo, imprevisível que não está exclusivamente preso à táctica proporcionado-nos momentos fantásticos.
Tal como nos outros desportos o futebol é susceptível a injustiças daí existirem os árbitros, esses senhores que podem ser chamados de reguladores dos encontros cuja função é zelar pela justiça do mesmo. No entanto para que a beleza e a qualidade de qualquer partida venham ao de cima é fulcral o árbitro não mexer na essência do jogo, ou seja, há que deixar a partida fluir por si própria e só intervir nos lances de estrita necessidade.
Por lances de estrita necessidade entende-se aqueles em que não há qualquer margem para outra decisão, tudo o resto cuja subjectividade é grande o árbitro não devia intervir, assim o jogo andaria tranquilamente ao seu próprio ritmo sem centenas de paragenzinhas forçadas. Uma comparação que não me canso de fazer é entre o nosso futebol e o inglês, enquanto cá a mentalidade instituída é a de que o bom árbitro é aquele que apita tudo, por terras de sua majestade ele é um figurante que apenas actua quando é realmente necessário, consequência: por cá temos tempos úteis de jogo miseráveis, jogadores que gostam mais de simular do que jogar, e partidas que acabam aos 75 minutos já que os últimos 15 são usados para se perder tempo e ganhar faltas; lá temos golos e muitas oportunidades em cada partida, e todos os jogos são verdadeiramente disputados até ao último minuto.
Posto isto, queria falar do árbitro do encontro entre Feirense e Sporting, existiram 3 lances muito polémicos de subjectividade máxima o juiz podia ter decidido para um lado ou para o outro, acabou o Sporting por beneficiar de duas decisões a seu favor enquanto o Feirense teve uma, para mim tinha sido os 3 a favor da equipa nortenha. No primeiro caso Elias é tocado, porém não foi suficientemente desequilibrado para cair de forma tão espectacular nem para se marcar uma decisão tão importante como a grande penalidade; na segunda decisão penso que o amarelo é exagerado pois é o amarelo que vale a expulsão, se fosse para levar o primeiro então concordava com a admoestação, agora aquela falta fazer com que o jogador saia do campo e a sua equipa jogue com dez é demasiado punitivo; por último o penalty sobre Schaars, o holandês vendo que está na área mal recebe a bola atira-se para o chão sendo que na queda bate contra o jogador do Feirense, é um lance perfeitamente normal no qual o árbitro deveria ter deixado jogar.
Qualquer que fosse a decisão a tomar André Gralha iria ser sempre criticado (em Portugal decidir é sinónimo de uma chuva de criticas), a opção recaiu sobre o apito fácil, a intensidade do jogo e a qualidade futebolística ficaram a perder. O meu sonho é e será ver os árbitros portugueses optaram pela via do "deixa jogar", a intensidade e qualidade da partida sairão muito beneficiadas, já para não falar do tempo útil muito maior e dos "experts" da simulação que abdicarão do teatro rapidamente.
Os adeptos leoninos fazem a sua parte alegando que o único erro do juiz foi não marcar o penalty sobre Elias, os outros adversários também já tiveram a sua dose de decisões a favor (a grande penalidade a favor dos dragões na 1º jornada é um exemplo flagrante) e cada um defende o seu clube, se os árbitros forem coerentes então não há problema nenhum, o problema é serem-no.
P.S-O jogo realizou-se há mais de uma semana e este era um assunto sobre o qual queria mesmo reflectir, devido á falta de tempo só me foi possível fazê-lo agora.
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Pedro Pinto