sexta-feira, 1 de março de 2013

Ferguson da Luz



 Chegados ao terceiro mês de 2013, já se começam a lançar os dados para a próxima época, possíveis contratações e dispensas de jogadores e dúvidas em relação à continuação dos técnicos tornam-se assuntos do dia. É neste contexto que o possível final de casamento entre o Benfica e Jorge Jesus (JJ) tê sido cada vez mais comentado.

 Tendo posto o título como objetivo principal dos últimos anos, e só com uma vitória em três épocas, o mais natural será uma terceira prata seguida tirar a aliança do dedo do mister e deixá-lo no desemprego. Seria muito difícil para Luís Filipe Vieira explicar aos adeptos como mantém um treinador que se deixa sempre ultrapassar pelo rival do norte. Da forma que coisas estão é muito difícil prever quem será o próximo campeão nacional, contudo pela confiança, frescura física e capacidade mental que demonstra, o FC Porto é o favorito, ou seja, se imperar a lógica os azuis e brancos são campeões e JJ terá de se inscrever nalgum centro de emprego.

 No entanto estes assuntos não podem ser analisados de forma tão pragmática, se ganha fica se perde sai, há muita coisas sobre o qual é preciso refletir, e um futuro a longo prazo em que é preciso pensar. O FC Porto a nível de estrutura (humana) e mentalidade conseguiu um avanço supersónico em relação ao clube da Luz nas últimas duas décadas, há uma organização estrutural e uma mentalidade fortíssima de comprometimento e vitória para com o clube, aspetos que demoram anos a enraizar-se profundamente num emblema. Com Vieira a chefiar e Jesus a treinar a aproximação ao rival do norte tem sido bastante conseguida, a forma de encarar os jogos mudou completamente, os encarnados voltaram a meter medo a qualquer adversário, as discussões do campeonato vão até ao fim e não acabam na altura da consoada, o nome "Benfica" voltou a impor respeito pela Europa fora, as vendas milionárias colocaram um selo de qualidade na matéria prima do emblema, e a nível de estrutura o clube está bem mais forte. Tudo isto não se fez por magia, nem em cinco segundo, foi (e é) preciso tempo e qualidade, e JJ teve os dois.

 Não tenho dúvidas que se o técnico português se tornasse o "Ferguson do Benfica", o clube da Luz poderia marcar uma nova era hegemónica no futebol português. Pior que ele há muitos, melhor há muito... poucos.


P.S- Este artigo foi escrito antes do Sporting- FC Porto e do Beira-Mar-Benfica, pode acontecer que as contas do título se alterem depois desta jornada.





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